Tese
Lúpus eritematoso sistêmico: estudo comparativo entre modelos de intervenção para adesão ao tratamento
Systemic lupus erythematosus: comparative study of intervention models for adherence to treatment
Registro en:
Autor
NEDER, Patrícia Regina Bastos
Institución
Resumen
Systemic lupus erythematosus (SLE ) is a chronic inflammatory disease of the
connective , and multisystem autoimmune tissue, characterized by the production of
autoantibodies directed mainly against nuclear antigens resulting in tissue damage .
Usually evolves with exacerbation periods interspersed with periods of remission and
great polymorphism of clinical manifestations. Occurs mainly in women in the period
between menarche and menopause. Treatment is diverse , medications used to control
the disease during the activity are indicated according to the clinical manifestations and
severity . Among these , glucocorticoids , which due to some side effects such as
changes in the aesthetics of patients , may result in lowering of self-esteem . Studies
involving this subject can contribute new information and enable advances in
knowledge of factors involved in adherence to treatment of these patients. This is a
longitudinal study of interventions in intervals of 30 , 60, 90 and 120 days that
examined the effects of three intervention conditions on adherence behaviors to
treatment in women with SLE. The study included fifteen patients with SLE, according
to the American College of Rheumatology criteria, followed up at the referral center in
rheumatic diseases of a hospital in the public health system in the city of Belém- PA .
The following inclusion criteria were used : diagnosis of SLE for at least one year; is
aged between 18 and 45 years; have completed elementary school or to be attending the
last year ; reside in the metropolitan area of Belém or municipalities near capital;
present moderate level of disease activity , according to SLEDAI - 2K. Were used:
observation formats of medical consultations; chart analysis protocols ; interview scripts
; checklist ; self-monitoring registration forms ; visual analogue pain scale ; Beck
depression inventory for ( BDI ) ; quality assessment of life questionnaire SF -36 and
the Activity Index -SLEDAI -2K disease. The participants were divided randomly into
three intervention conditions. In Condition A (n = 5), the participants were only under
the control of routine outpatient and 4 interviews. In Condition B (n = 5), the
participants were subjected to 8 interviews with use of checklist beyond the routine
clinic. In the Condition C (n = 5), they were under the control of ambulatory care and 8
interviews with the use of self-monitoring checklist and registration forms . Data were
analyzed quantitatively and qualitatively, comparing the results at the beginning with
the end of the study conducted with each participant, for 120 days. It was observed that
all participants, regardless of the intervention condition showed good adhesion behavior
index at the end of the treatment study. The participants of Condition C kept the gains
from the intervention after 30 days without exposure to the rules of treatment (average
95,71). Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica do tecido
conjuntivo, autoimune e multissistêmica, caracterizada pela produção de autoanticorpos dirigidos principalmente contra antígenos nucleares resultando em lesões
teciduais. Costuma evoluir com períodos de exacerbação intercalados com períodos de
remissão e grande polimorfismo de manifestações clínicas. Ocorre preferencialmente no
sexo feminino, no período compreendido entre a menarca e a menopausa. O tratamento
é diversificado; as recomendações incluem uso de medicações, dieta hipossódica, uso de
protetor solar e prática de atividades físicas, indicadas de acordo com as manifestações
clínicas e gravidade. As regras para o tratamento são complexas, dificultando a adesão.
A presente pesquisa estudou os efeitos de três condições de intervenção sobre
comportamentos de adesão ao tratamento em mulheres com LES. Trata-se de um estudo
longitudinal com intervenções em intervalos de 30, 60, 90 e 120 dias. Participaram
quinze pacientes com diagnóstico de LES, segundo os critérios do Colégio Americano
de Reumatologia, em seguimento no ambulatório de referência em doenças reumáticas
de um hospital da rede pública de saúde, na cidade de Belém-PA. Foram utilizados
como critérios de inclusão: ter diagnóstico de LES há pelo menos um ano; ter idade
entre 18 e 45 anos; ter completado o Ensino Fundamental ou estar cursando o último
ano; residir na área Metropolitana de Belém ou municípios próximos à capital;
apresentar nível moderado de atividade da doença, de acordo com SLEDAI-2k. Foram
utilizados: formulários de observação das consultas médicas; protocolos de análise de
prontuários; roteiros de entrevistas; checklist; formulários de registro de
automonitorização; escala analógica visual de dor; inventário Beck para depressão
(BDI); questionário de avaliação de qualidade de vida SF-36 e o índice de atividade da
doença SLEDAI-2K. As participantes foram distribuídas em três condições de
intervenção. Na Condição A (n=5), as participantes foram expostas à rotina do
ambulatório e à quatro entrevistas. Na Condição B (n=5), as participantes foram
submetidas a oito entrevistas com uso de checklist, além da rotina do ambulatório. Na
Condição C (n=5), as participantes foram expostas à rotina ambulatorial e à oito
entrevistas com uso de checklist e de formulários de registro de automonitorização. Os
dados obtidos foram analisados de forma quanti-qualitativa, comparando-se os
resultados encontrados no início com os do término do estudo realizado em 120 dias
com cada participante. Observou-se que todas as participantes, independentemente da
condição de intervenção, apresentaram bom índice de adesão ao tratamento ao final do
estudo e redução nos indicadores de atividade do LES. Entretanto, as participantes da
Condição C mantiveram os ganhos obtidos mesmo após a retirada do procedimento de
intervenção, sugerindo melhor índice de adesão (média de 95,71).