Papers presented at events
Desempenho hospitalar: avaliação da mortalidade hospitalar ajustada e novos arranjos de gestão
Registro en:
MARTINS, Mônica Silva et al. Desempenho hospitalar: avaliação da mortalidade hospitalar ajustada e novos arranjos de gestão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Martins, Mônica Silva
Sá, Marilene de Castilho
Machado, Juliana Pires
Cunha, Marcela
Silva, Lucimar Santos da
Resumen
A mortalidade hospitalar é frequentemente empregada para comparar o desempenho, abordagens globais ou específicas por condição clínica são discutidas quanto a sua utilidade para a tomada de decisão. No Brasil iniciativas desse tipo são raras, mas arranjos de gestão e estratégias visando maior eficiência e efetividade organizacional, como a contratualização ou criação de organizações sociais, foram incentivadas. Analisar o desempenho hospitalar, mensurado pela razão de mortalidade hospitalar padronizada, considerando determinadas características dos hospitais. Objetivo especifico: avaliar o uso de abordagem global para predizer o óbito hospitalar em pacientes brasileiros. Informações sobre produção hospitalar do SUS (2010-2012) e coletadas junto aos gestores de hospitais com 100 leitos ou mais foram analisadas. Adaptou-se a proposta de Jarman para cálculo da razão de mortalidade hospitalar padronizada (RMHP), que incluiu as causas de internação responsáveis por 80% dos óbitos. No nível da internação testou-se modelos para predizer o risco de morrer incluindo variáveis que modificam o prognóstico e estimar os óbitos esperados por hospital. No nível do hospital foram analisadas variação e características associadas ao desempenho, privilegiando arranjo de gestão e contratualização. Regressão logística foi utilizada, os modelos avaliados com base na estatística C. Nas 1.506.056 internações a taxa de mortalidade bruta foi 14%. Dos 192 hospitais, 61% eram públicos, 79% hospitais gerais e 38% conveniados à planos de saúde. A contratualização prevaleceu, mas 24,5% dos hospitais não relataram nenhuma inovação. O ajuste do modelo de risco foi adequado (C: 0,83). A mortalidade hospitalar bruta variou entre 0,1-41,1%, a ajustada entre 1,1-26%. A RMHP variou entre 5,2-460,3%. Nos hospitais privados (5,2-148%) variou menos que nos públicos (34,6-460,3), nestes houve maior número de casos discrepantes. Hospitais públicos com arranjo de gestão apresentaram RMHP inferior que aqueles sem arranjo, respectivamente 104,8% e 119,0%. A proposta de Jarman vem sendo preferencialmente recomentada para avaliar o efeito de determinadas intervenções, em detrimento de inseri-la em mecanismos de pagamento ou premiações. Nessa perspectiva, os resultados apresentados apontam um caminho à explorar, visando desenvolver no país ferramentas para monitorar o desempenho e auxiliar a adoção de ações de melhoria, que certamente requerem amplo debate e aprimoramento das informações disponíveis.