Dissertation
Percepção dos riscos e vitimização de presos do Estado do Rio de Janeiro
Fecha
2016Registro en:
MELO, Paulo Henrique Mauricio de. Percepção dos riscos e vitimização de presos do Estado do Rio de Janeiro. 2016. 68 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.
Autor
Melo, Paulo Henrique Mauricio de
Institución
Resumen
Objetivo: Investigar as condições de saúde e de vida relacionadas à percepção de risco
e vitimização de presos sentenciados e custodiados do sistema prisional do Estado do Rio de
Janeiro. Material e Método: Foram utilizadas as informações do Estudo das Condições de Saúde
e Qualidade de Vida dos Presos e das Condições Ambientais das Unidades Prisionais do Estado
do Rio de Janeiro, desenvolvido pelo Departamento de Estudos de Violência e Saúde Jorge
Careli, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz
(CLAVES/ENSP/FIOCRUZ) realizado em 2012. Definiu-se a percepção de risco e a vitimização como variáveis dicotômicas: se o presidiário se sente em risco em pelo menos uma das
opções propostas ou se foi vítima em alguma situação listada, foi considerado, respectivamente,
como em risco e vitimizado. Para estudar os fatores associados ao risco e à vitimização foram
utilizados modelos logísticos e foi incorporado o desenho amostral utilizado no estudo para ser
respeitada a representatividade da pesquisa. Resultados: Após o processo de criação de um modelo logístico para cada desfecho, encontrou-se que o modelo final para o desfecho sobre a
sensação de correr risco foi composto pelas variáveis: cor/raça, frequência das visitas, ser tratado de forma inferior por funcionários do presídio por conta de sua condição social, ter filhos,
situação conjugal e faixa de idade. Já o modelo final para o desfecho sobre ter sofrido algum
tipo de agressão no interior do presídio apresentou as seguintes variáveis: sexo, escolaridade,
idade, ser tratado de forma inferior por funcionários do presídio por conta de sua condição de
detento, ser tratado de forma inferior por outros detentos do presídio por conta do tipo de crime
cometido e cor/raça. Conclusão: Pôde-se observar que há diferença entre as variáveis que compõem e são determinantes para os dois modelos. A principal diferença percebida foi que no
primeiro, que trata de uma percepção, a maioria das variáveis que tiveram forte relação com o
desfecho, ao longo da análise, estão relacionadas à vida do preso fora do presídio, como por
exemplo o fato de ter ou não ter filho, ou seja, situações que mexem com o sentimento e que
não estão presentes nas situações que ocorrem no seu dia a dia. Já o segundo modelo, que afere
vitimização, é baseado em variáveis que tratam de acontecimentos e fatos da realidade do detento, como ser inferiorizado por outros detentos ou funcionários. Outra diferença encontrada
foi em relação a variável sexo, que foi determinante sobre sofrer algum tipo de agressão e não
a respeito da sensação de risco.