Thesis
O corpo escravo como objeto das práticas médicas no Rio de Janeiro (1830-1850)
Fecha
2011Registro en:
LIMA, Silvio Cezar de Souza. O corpo escravo como objeto das práticas médicas no Rio de Janeiro (1830-1850). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, Rio de Janeiro, 2011. 208 f.
Autor
Lima, Silvio Cezar de Souza
Institución
Resumen
A proposta desta tese é mostrar como o contexto social da escravidão influenciou os saberes e práticas médicas nas primeiras décadas do Império brasileiro. A pesquisa dos escritos médicos produzidos entre 1830 e 1850 tornou possível perceber a presença significativa dos escravos no cotidiano daquela profissão ora como pacientes, ora como objeto de estudos. Esta produção textual encarnava o discurso médico do período e era disseminada através de artigos dos periódicos médicos ligados à Academia Imperial de Medicina. A construção deste conhecimento era feita a partir da experiência prática que os estudantes e médicos tinham com os doentes, sobretudo nas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia. Assim é possível estabelecer uma ligação entre a escravidão e o aprendizado e treinamento médico a partir do estudo dos textos produzidos no conjunto de instituições responsáveis pela institucionalização da medicina na Corte. Desta forma, é possível defender a hipótese de que em uma sociedade escravista como o Rio de Janeiro, certamente o escravo era objeto de preocupação dos médicos, seja como paciente, seja como objeto de experimentos de novos tratamentos ou para o treinamento dos estudantes de medicina.