| dc.description | O presente estudo traça um paralelo entre a evolução da suinocultura e a da bovinocultura de leite no Oeste catarinense e contesta a conclusão dos principais diagnósticos de que o aumento na escala de produção é o único caminho para conferir competitividade à atividade leiteira. Analisa as possibilidades da inserção e desenvolvimento da atividade leiteira em unidades familiares de produção diversificada e apresenta caminhos alternativos para a sua viabilização, partindo da constatação de que a produção e a transformação de leite de forma desconcentrada trariam beneficies ambientais, sociais e econômicos para toda a região. A produção de leite, na escala desejada pela maioria dos grandes e médios laticínios, é inviável na maioria das propriedades rurais, tendo em vista sua disponibilidade de terra, a não ser que profundas alterações sejam efetuadas na estrutura e nas características dos sistemas produtivos predominantes na região, implicando um grande aumento no uso de insumos externos à propriedade. Por outro lado, existem evidências de que a sinergia existente nos sistemas de produção diversificados confere competitividade em preço à produção de leite, principalmente àquela baseada na produção de alimentos no próprio estabelecimento agrícola. Quanto à transformação do leite, existem indicativos de que, além do mercado para produtos de massa onde volume, preço e acesso a uma ampla e bem estruturada rede de distribuição constituem os principais fatores determinantes da competitividade, tende a crescer a demanda por produtos diferenciados, com garantia de qualidade e origem controlada. Este segmento de mercado oferece novas oportunidades para a agricultura familiar, mas seu sucesso depende da existência de um ambiente favorável para que empreendimentos locais e regionais, de pequena e média escala, com a participação direta dos produtores, possam florescer e prosperar. Conclui-se que a produção e a transformação do leite podem assumir um papel de destaque no desenvolvimento sustentável da região Oeste, podendo substituir com vantagens o papel anteriormente desempenhado pela suinocultura. | |
