TCCgrad
Exercício físico aeróbico de endurance aumenta os níveis de dopamina e Irisina encefálica e produz comportamento do tipo-antidepressivo em camundongos
Fecha
2020-01-29Autor
Vieira Jr., Juliano Custódio
Institución
Resumen
O exercício físico é definido como todo movimento muscular que leva
um gasto energético que ocorra de forma planejada, regular, repetitiva
com o objetivo de melhora ou manutenção da aptidão física. A prática de exercício físico induz uma série de adaptações fisiológicas no organismo que ocorrem em diversos tecidos celulares como o musculo esquelético e cardíaco, ossos e o tecido nervoso. Os benefícios do exercício físico no sistema nervoso central (SNC) são bastante documentados na literatura cientifica, podendo ter ação neuroprotetora em diversas doenças mentais e neurológicas, como o transtorno depressivo maior. Entretanto, os mecanismos envolvidos na ação neuroprotetora do exercício físico na depressão ainda possuem muitas lacunas a serem estudadas. Desta maneira, em nosso estudo buscamos investigar os efeitos do exercício físico aeróbico de endurance na esteira sobre o comportamento, neuroplasticidade e no sistema redox de camundongos e a implicação da miocina Irisina nestes efeitos. Assim sendo, camundongos foram submetidos a um protocolo de exercício físico de endurance com duração de 45min, 5 vezes por semana, com uma carga inicial de 6m/min na primeira semana e com um acréscimo de 1m/min a cada semana de treinamento. 24 horas depois da última sessão de corrida, os animais passaram por uma bateria de testes comportamentais: teste nado forçado (TNF), teste suspensão pela cauda (TSC), teste do campo aberto (TCA), teste da borrifagem de sacarose (TBS), teste de preferência por sacarose (TPS). Concomitantemente aos testes comportamentais, dissecamos os músculos esqueléticos gastrocnêmio e quadríceps, os tecidos encefálicos hipocampo, estriado e cortéx pré-frontal para futuras análises bioquímicas. Nossos resultados demonstraram que a prática de exercício físico teve efeito do tipo-antidepressivo, diminuindo o tempo de imobilidade no TNF e no TSC. No TCA observamos que os animais treinados apresentavam uma menor latência para dar o primeiro passo, ficavam maior tempo no centro do aparato, e executavam mais vezes o comportamento de auto-limpeza, indicando assim um efeito do tipo ansiolítico do nosso protocolo de exercício físico. Nas análises neuroquímicas, os resultados demonstraram que o exercício físico não alterou a atividade de enzimas antioxidantes e nem de marcadores oxidativos nos músculos esqueléticos e no encéfalo dos camundongos. Porém, os níveis de dopamina e de Irisina foram aumentados no cortéx pré-frontal dos animais treinados. Desta maneira, concluímos neste trabalho que o protocolo de exercício físico aeróbico de endurance produz efeito tipo antidepressivo e ansiolítico, e este efeito pode ser dependente da biodisponibilidade de dopamina e da miocina Irisina.