Tesis
Etnologia indígena : revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo
Fecha
2017-03-02Registro en:
SILVA, Valdemir de Almeida. Etnologia indígena: revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo. 2016. 145 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Silva, Valdemir de Almeida
Institución
Resumen
Esta Dissertação apresenta os resultados e uma pesquisa realizada com os Tupinikim, grupo indígena brasileiro pertencente à Nação Tupi que, no século XVI, ocupava duas regiões do litoral do Brasil: o sul do atual estado da Bahia e o litoral do atual estado de São Paulo. Foram um dos grupos indígenas com os quais se deparou a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral, em 1500. Atualmente, habita terras indígenas no município de Aracruz, no norte do estado do Espírito Santo. Sua população é de 2.901 pessoas (SESAI, 2014). O objetivo geral é investigar como se pode dar o processo de revitalização da língua (Tupi Antigo), da identidade e da cultura dos Indígenas da Comunidade Indígena Tupinikim ´´Pau Brasil´´, do Espírito Santo. O arcabouço teórico e metodológico se configura como multidisciplinar. A metodologia parte dos princípios das pesquisas do tipo etnográfico (ERICKSON, 1984, 1988; SOUSA, 2006); quantitativa e qualitativa (GUNTER, 2009, ALMEIDA, 2015). As estratégias principais foram aplicação de questionários e realização de entrevistas semi-estruturadas. Por sua essência investigativa, foram amplamente utilizados os procedimentos das pesquisas bibliográfica e documental. A fundamentação teórica utiliza-se de uma ampla frente de categorias que se complementam dialeticamente numa concepção multidisciplinar. Para Educação Indígena e Educação Escolar Indígena (LOPES DA SILVA, 2001, GRUPIONI, 2001, 2006, MAHER, 2006, ALMEIDA, 2012, 2015); Para Ecolinguística (COUTO, 2007, 2009, 2013); Sociolinguística (BORTONI-RICARDO 2005, 2008, 2014, MOLLICA, 2003, SOUSA, 2006, ALMEIDA, 2015); Identidade cultural e linguística (MEY, 2001, RAJAGOPALAN, 2001; ALMEIDA, 2015 e SOUSA, 2015, Revitalização Linguística e Cultural (SILVA, 2006, FRANCESCHINI E CARNEIRO, 2009); Sobre o Brasil indígena, Terra e Território (GALLOIS, 2006; ISA, 2016; FUNAI, 2016); Acerca dos Tupinikim do ES, Teao, 2016. Com os resultados da pesquisa acreditamos que esta possa dar visibilidade a esse grupo indígena, uma vez que revelou a situação sociolingüística e ecolinguística onde a relação língua-comunidade e língua território precisa de atenção. Afinal, a língua portuguesa é a língua falada, sendo que a língua (Tupi Antigo) nativa, é muito pouco falada. Em relação à questão territorial, os indígenas sofrem a expansão da Aracruz Celulose, uma empresa brasileira líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto, o que traz danos irreparáveis ao meio ambiente. Finalmente, a pesquisa acena com a necessidade de se realizar estudos que permitam a revitalização linguística, identitária e cultural dos Tupinikim, a partir das contribuições da Sociolinguística e da Ecolinguística.