Tesis
Classificação e fragmentação das formas de terreno na análise do relevo tropical
Fecha
2017-02-08Registro en:
SOUZA, Vinicius Vasconcelos de. Classificação e fragmentação das formas de terreno na análise do relevo tropical. 2016. xix, 127 f., il. Tese (Doutorado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Souza, Vinicius Vasconcelos de
Institución
Resumen
Relevos tropicais desenvolvem superfícies de aplainamento que podem remontar ao início do Terciário, cujo desenvolvimento é caracterizado pela evolução de etchplanos em paleoclima mais quente e úmido e posterior denudação e dissecação, tornando a paisagem mais heterogênea e fragmentada. O desafio recorrente para a Geomorfometria é modelar relevos suaves de baixa amplitude a partir de Modelo Digital de Elevação (MDE). Assim, o objetivo desse trabalho foi desenvolver uma abordagem de classificação de Formas de Terreno e de fragmentação para avaliar a evolução tropical por etchplanação. A área de estudo localiza-se na Faixa Brasília de Dobramentos, caracterizada por Planaltos Retocados, Planaltos Dissecados e Depressões Cársticas em diferentes estágios denudação. Inicialmente, a classificação das Formas de Terreno foi realizada na bacia de referência do Rio Jardim com as seguintes etapas: (1) obtenção das curvaturas longitudinal, transversal, mínima e máxima a partir de MDE; (2) criação uma assinatura geométrica a partir dessas curvaturas; (3) aplicação dos processamentos digitais sequenciais Mínimum Noise Fraction e Purity Pixel Index para reconhecer e selecionar as assinaturas geométricas; (4) classificação sequencial por similaridade, utilizando o Spectral Correlation Mapper (SCM) e a Mínima Distância (MD). A identificação das assinaturas geométricas evidenciou a existência de curvas formato de “U” (U-Type) e de “N” (N-Type). Os resultados dessa classificação podem ser divididos em três níveis de detalhe: (1) nível simples com três classes (convexo, transicional e côncavo); (2) nível intermediário com as mesmas três classes, mas em padrões diferentes (N-Type e U-Type), totalizando 6 classes; (3) nível mais detalhado com 12 classes. A classificação dentro da bacia do Rio Jardim mostra o contexto das vertentes assimétricas, canais e cabeceiras de drenagem em diferentes níveis de dissecação e interflúvios bem delimitados. Aplicação do procedimento foi realizado no contexto regional que considera 7 compartimentos geomorfológicos: Planalto Retocado do Paranoá (PRP), Planalto Retocado Bambuí-Canastra (PRBC), Planalto Dissecado Araxá-Canastra (PDAC), Planalto Dissecado Paranoá-Canastra (PDPC), Depressão Cárstica Vazante-Bambuí (DCVB), Depressão Cárstica Paranoá-Canastra (DCPC), Depressão Cárstica Paranoá-Bambuí (DCPB). Na abordagem regional a classificação utilizou apenas a MD, visando individualizar uma assinatura única das formas planas, considerada a matriz para o estudo da fragmentação do relevo e sua correlação com o processo de etchplanação. Assim, foram classificadas 7 Formas de Terreno (HiCx, LoCx, Pl, Cx-Cc, Cc-Cx, LoCc, HiCc) correlacionadas, respectivamente, aos relevos: residuais, residuais/denudados, denudados, denudados/dissecados/depositados, dissecados/depositados e dissecados. A organização dessas Formas de Terreno é medida, primeiramente, por compartimento, considerando a Frequência (Fr), Número de Patches (NP) e Proporção de Patches (PP). Os valores desses parâmetros variam de acordo com o estágio de denudação do compartimento que está intimamente relacionado com o balanço entre as formas convexas, côncavas e planas. A partir da Fr e da PP foi gerado o Índice Geomorfométrico de Denudação (IGD), considerando a relação entre relevos convexos e côncavos e entre relevos planos e côncavos, tanto para Frequência (IGDf), quanto para a Proporção de Patches (IGDn). Também foi analisada a diferença dos valores entre PP e Fr, que mostra a fragmentação de uma mesma classe de Formas de Terreno em diferentes compartimentos. As Formas de Terreno também foram medidas por métricas de tamanho do patch (MPS e PSSD), tamanho do contorno do patch (MPE), de complexidade (MPAR), de diversidade (SHDI) e de densidade (PD e ED). Análise de Principais Componentes (ACP) apresenta que as métricas de densidade determinaram Planaltos Dissecados, as métricas de tamanho determinaram Planaltos Retocados e a métrica de diversidade determinaram Depressões Cársticas. A dinâmica do relevo avaliada pela as métricas e auxiliada pelas as informações pedológicas, litológicas e geomorfológicas dos compartimentos possibilitou a classificação dos estágios de etchplanação: Etchplano Mantado levemente dissecado (PRP), Etchplano Mantado dissecado (PRBC) Etchplano Parcialmente Denudado (PDAC), Etchplano Denudado (PDPC e DCVB), Etchplano Coberto (DCPC) e Etchplano Coberto/Exumado (DCPB).