Tesis
Gravidez e maternidade em hemodiálise : limitações e sentimentos
Fecha
2015-11-29Registro en:
LEMOS, Karine Cardoso. Gravidez e maternidade em hemodiálise: limitações e sentimentos, 2015. 116 f., il. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Lemos, Karine Cardoso
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: Com o aumento significativo a cada dia de pacientes com doença renal crônica submetidos ao tratamento dialítico e considerando as mulheres em idade fértil um público bastante acentuado em hemodiálise atualmente, há uma necessidade dos profissionais de saúde em compreender as dificuldades, sentimentos e angústias dessas mulheres no que se refere à gestação e maternidade frente as limitações impostas pela doença. OBJETIVOS: Esta pesquisa tem como objetivo primário, compreender as expectativas e as percepções sobre gravidez e maternidade de mulheres adultas em idade fértil com insuficiência renal crônica em hemodiálise no sistema de saúde do Distrito Federal. Os objetivos secundários foram caracterizar as participantes do estudo no que se refere às características sociais, econômicas, clínicas e demográficas; investigar o conhecimento das participantes sobre gravidez em hemodiálise e descrever as atividades cotidianas das participantes do estudo. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo de abordagem qualitativa, realizado em Hospitais do Distrito Federal com 16 pacientes do sexo feminino, com diagnóstico de doença renal crônica e no mínimo 30 dias de início do tratamento hemodialítico, em condições clínicas/psicológicas estáveis, com idade entre 18 e 45 anos, com e sem filhos que aceitaram participar da pesquisa após terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada. Para analisar as características clínicas e sociodemográficas das entrevistadas foi realizada uma estatística simples descritiva de dados a partir de tabela e gráficos construídos. Para a análise das questões abordadas na entrevista, foi utilizada a análise de conteúdo, com auxílio do programa Alceste de análise de dados. RESULTADOS: Quanto a caracterização, constatou-se que a maioria das mulheres têm entre 18 e 39 anos (75%), são casadas (62,5%), possuem uma religião (43,75%), são procedentes do Nordeste (50%), possuem baixo nível de escolaridade, bem como, de renda, associados com pouca informação sobre sua situação de saúde. Foi demonstrado que as entrevistadas associam a maternidade com o equilíbrio familiar e o desejo da maioria das mulheres, porém, diante da doença renal, surgem sentimentos ambíguos e muitas incertezas sobre o futuro, deste modo, as mulheres em tratamento hemodialítico se apegam na esperança de cura e o transplante é citado muitas vezes como um caminho de volta à normalidade. No que diz respeito às atividades cotidianas, percebemos limitações diversas, tais como: físicas, psicológicas e sociais. As atividades que antes eram executadas rotineiramente ficaram comprometidas após a doença e o seu tratamento, o que aumenta a ansiedade, a tristeza e a revolta com a sua condição. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A expectativa das pacientes é a esperança de cura por meio do transplante; as que nunca tiveram filhos, apresentam a esperança de um dia ter condições de saúde para tê-los e as que já possuem filhos, almejam poder acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos; com a descoberta da doença e suas limitações diversas, surgem sentimentos tais como: revolta, medo, preocupação, depressão e a necessidade de acompanhamento especializado.