Tesis
Análise sistêmica da segregação na cadeia logística da soja após o advento e a difusão dos transgênicos
Fecha
2014-12-16Registro en:
LEITÃO, Fabrício Oliveira. Análise sistêmica da segregação na cadeia logística da soja após o advento e a difusão dos transgênicos. 2014. xvi, 181 f., il. Tese (Doutorado em Transportes)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Leitão, Fabrício Oliveira
Institución
Resumen
Este trabalho buscou identificar as mudanças ocorridas na Cadeia Logística da Soja bem como os impactos aos elos que a compõe (produtores, armazenadores/processadores, transportadores rodoviários, operadores ferroviários e portuários), em decorrência do advento e da difusão da soja transgênica, sob uma ótica sistêmica dos problemas que envolvem sua segregação. Para isso, foram identificados os pontos críticos, os cuidados e procedimentos, e os tempos e custos adicionais necessários para a não contaminação da soja ao longo da Cadeia. A pesquisa apoiou-se nas contribuições teóricas trazidas pela Nova Economia Institucional e Economia dos Custos de Transação (emblematicamente a teoria dos contratos e a especificidade dos ativos necessários à segregação), e na literatura relacionada à Logística. O estudo foi de natureza exploratória, com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foram utilizadas, como fontes primárias, entrevistas, utilizando como instrumento os questionários semiestruturados e, como fonte secundária, a documentação indireta. Foram realizadas 57 entrevistas aplicadas aos elos supracitados, utilizando a técnica de fluxogramas para o desenho de todos os processos logísticos que compõem a Cadeia Logística, envolvendo desde a compra da semente de soja até a colocação do produto livre de transgênicos nos portos para exportação. Os resultados obtidos possibilitaram concluir que os principais pontos críticos para a segregação são: (i) possibilidade da compra de semente contaminada; (ii) necessidade de limpeza do caminhão em todos os processos de carga e descarga; (iii) escolha da área onde a soja será plantada, bem como a necessidade do preparo e limpeza para o plantio; (iv) utilização de bordas de contenção para a separação das duas sojas na área plantada; (v) capacitação dos funcionários antes do plantio, colheita e armazenagem; (vi) necessidade de limpeza das plantadeiras e colheitadeiras, assim como de todos os ativos relacionados à armazenagem do produto no momento da entrada e expedição da soja livre de transgênicos; (vii) transbordo individual dos caminhões nos armazéns no momento da carga e descarga da soja; (viii) necessidade de limpeza dos contêineres dos trens e dos porões dos navios para recepção da soja livre de transgênicos. Os resultados permitiram concluir também que o elo armazenador/processador assume papel fundamental na coordenação de toda a logística da cadeia da soja, ampliando os seus limites no sentido “coaseano”, pagando os prêmios para os agentes que conseguem fazer a segregação, passando a ser visto com um coordenador de contratos. Contratos estes que também assumem papel fundamental para a mitigação dos riscos de contaminação, pois estão sendo utilizados como mecanismos de incentivo/controle à segregação. Através da pesquisa de campo também foi constatado que os custos da segregação de toda a cadeia logística da soja, para a oferta de um produto puro, livre de transgênicos, foram de 8,39%; e que o armazenador/processador recebe um prêmio real de 9,2% pela segregação e gestão dos contratos ao longo da cadeia logística da soja.