doctoralThesis
Tuberculose em indivíduos infectados pelo HIV em Pernambuco
Registro en:
Maruza Melo de Barros Oliveira, Magda; Arraes de Alencar Ximenes, Ricardo. Tuberculose em indivíduos infectados pelo HIV em Pernambuco. 2011. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
Autor
OLIVEIRA, Magda Maruza Melo de Barros
Institución
Resumen
A coinfecção tuberculose⁄HIV apresenta uma série de desafios para a saúde
publica mundial, particularmente nos países em desenvolvimento. A
tuberculose é uma das complicações mais comuns em indivíduos infectados
pelo HIV e a principal causa de morte. Esta tese, apresentada no formato de
dois artigos, teve como objeto de investigação indivíduos com tuberculose⁄HIV
que iniciaram tratamento para tuberculose em dois Serviços de Referência
para HIV/AIDS em Pernambuco (Hospital Correia Picanço e Hospital Universitário
Oswaldo Cruz), onde são atendidos cerca de 70% dos pacientes infectados
pelo HIV no Estado, no período de Junho de 2007 a Dezembro de 2009. Os
principais objetivos dos estudos foram: identificar, em uma coorte de indivíduos
infectados pelo HIV, os fatores de risco para o abandono do tratamento para
tuberculose, estimar a probabilidade de sobrevida de indivíduos com
tuberculose/HIV após o início do tratamento de tuberculose e avaliar os fatores
associados ao tempo até o óbito na população estudada. O primeiro artigo
(Fatores de risco para o abandono do tratamento para tuberculose em
indivíduos infectados pelo HIV em Pernambuco, Brasil: um estudo de coorte
prospectivo) relata um estudo de coorte prospectivo que acompanhou os
indivíduos que iniciaram tratamento para tuberculose, mensalmente, até a
conclusão ou abandono do tratamento. De uma coorte de 2.310 indivíduos
infectados pelo HIV, foram selecionados 390 indivíduos que iniciaram
tratamento para TB e analisados 273 indivíduos que completaram ou
abandonaram o tratamento para tuberculose. A freqüência de abandono foi
de 21,7%. Um percentual de 69.7% dos pacientes era do sexo masculino. A
idade variou de 18 a 67 anos, com média de 36.7 anos. Os seguintes fatores de
risco para o abandono do tratamento para tuberculose foram identificados:
sexo masculino, tabagismo e contagem de linfócitos CD4 menor do que 200
células/mm3. Idade acima de 29 anos, escolaridade entre 10 e 19 anos de
estudo e o uso de terapia antirretroviral (TARV) foram identificados como fatores
de proteção. O segundo artigo (Sobrevida de pacientes infectados pelo HIV
que iniciaram tratamento para tuberculose em Pernambuco, Brasil: um estudo
de coorte prospectivo), relata também um estudo de coorte prospectivo
realizado com a mesma população. Foram estudados 333 pacientes que
iniciaram tratamento para tuberculose. A incidência de óbito foi de 5.25 por
10000 pessoas-ano (CI-95% 4.15-6.63). A probabilidade de sobrevida após 30
meses foi de 70%. Os fatores de risco para óbito na população estudada foram:
sexo feminino, idade igual ou maior do que 30 anos, anemia, não iniciar terapia
antirretroviral durante o tratamento para tuberculose e forma disseminada da
tuberculose. Menor risco de óbito foi associado a contagem de linfócitos CD4
>200 células/mm3 e início do tratamento da tuberculose ambulatorialmente. Os
resultados apontam para a necessidade de ações mais específicas, direcionadas para reduzir o abandono do tratamento para TB em indivíduos do
sexo masculino, mais jovens, com baixa escolaridade, tabagistas e com
contagem de linfócitos CD4<200 células/mm3. O uso de TARV foi protetor para
o abandono e mostrou-se associado a um tempo mais prolongado até o óbito,
reforçando a estratégia do inicio precoce de TARV em indivíduos com
tuberculose Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico