masterThesis
Detecção de genes de metalo-beta-lactamases em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa
Registro en:
Lira de Sá Cavalcanti, Felipe; Antônio de Morais Júnior, Marcos. Detecção de genes de metalo-beta-lactamases em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa. 2010. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Reife, 2010.
Autor
CAVALCANTI, Felipe Lira de Sá
Institución
Resumen
A resistência aos carbapenêmicos pode dar-se através de vários mecanismos, incluindo
a expressão de beta-lactamases do tipo carbapenemases. Metalo-beta-lactamases
(MBLs) constituem o grupo mais clinicamente importante das carbapenemases, na
medida em que elas hidrolisam praticamente todos os beta-lactâmicos e, em alguns
casos, também os monobactams (devido a outros mecanismos associados), o que
implica em uma vasta redução das opções terapêuticas atualmente disponíveis. O
objetivo deste trabalho foi detectar a produção de MBLs em cepas de Pseudomonas
aeruginosa resistentes tanto a imipenem quanto a ceftazidima, verificar o perfil de
susceptibilidade dos isolados aos mais utilizados grupos de antibióticos comercialmente
disponíveis, investigar a ocorrência dos genes blaSPM-1 e blaIMP e realizar a tipagem
molecular dos isolados MBL positivos. Foram analisadas 61 amostras do biênio
2002/2003 e 12 amostras do biênio 2008/2009, identificadas em um hospital de ensino.
A susceptibilidade aos antimicrobianos foi feita de acordos com os critérios
estabelecidos pelo CLSI. A identificação dos isolados MBL positivos seguiu o método
de disco-difusão proposto por Arakawa. A detecção dos genes blaSPM-1 e blaIMP foi feita
por análise de PCR usando iniciadores específicos. A análise dos fragmentos das
macrorestrições do DNA genômico foi feita por PFGE. Os resultados mostraram que
86,3% (63/73) dos isolados resistentes a imipenem e ceftazidima foram confirmados
como MBL positivos pelo teste fenotípico. O gene blaSPM-1 foi encontrado em 61 destes
isolados. Nenhuma das amostras testadas possuía o gene blaIMP. Quanto aos ensaios de
susceptibilidade, foi observado que dos anos 2002 e 2003: 100% dos isolados eram
resistentes a ciprofloxacina, gentamicina e amicacina; 44% eram resistentes a
piperacilina/tazobactam e 56% mostraram sensibilidade a esta droga. Dos anos 2008 e
2009: 100% dos isolados eram resistentes a ciprofloxacina e gentamicina; 91,6% eram
resistentes a amicacina; 8,4% mostraram resistência intermediária a este
aminoglicosídeo; 83,3% eram resistentes a piperacilina/tazobactam e 16,7% mostraram
sensibilidade a este antimicrobiano. Quando as duas principais drogas para tratamento
de infecções causadas por cepas MBL positivas foram analisadas, dos isolados de
2002/2003, apenas 1,63% foram resistentes ao aztreonam; 62,2% tiveram resistência
intermediária e 36% mostraram sensibilidade. Dos isolados de 2008/2009, 83,4% foram
resistentes e 16,6% apresentaram resistência intermediária, com nenhum isolado
mostrando sensibilidade. Quanto à polimixina B, todos os isolados deste trabalho eram
sensíveis. A análise dos fragmentos das macrorestrições dos isolados mostrou um único
tipo de PFGE (A), com sete subtipos (A1 a A7). Estes achados sugerem que a produção
de MBLs mediada por um clone único epidêmico continua sendo um importante
mecanismo de resistência aos carbapenems no hospital estudado, como confirmado pela
detecção do gene SPM. Além disso, o perfil de pan-resistência encontrado também
alerta para a possível presença de múltiplos mecanismos de resistência nos isolados
bacterianos, o que sinaliza uma necessidade urgente por estratégias de vigilância e
melhoria das práticas de controle de infecções Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco