Other
Sentido pessoal atribuído por alunos adolescentes às trajetórias escolares "acidentadas"
Registro en:
SARTORO, Edimar Roberto de Lima. Sentido pessoal atribuído por alunos adolescentes às trajetórias escolares "acidentadas". 2011. 159 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2011.
Autor
Sartoro, Edimar Roberto de Lima
Zibetti, Marli Lúcia Tonatto
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado Acadêmico em Psicologia - MAPSI, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Psicologia. Orientadora: Profa. Dra. Marli Lúcia Tonatto Zibetti. Esta dissertação inscreve-se no âmbito das pesquisas sobre escolarização de adolescentes e
tem como objetivo compreender o sentido pessoal que alunos adolescentes dos anos finais do
Ensino Fundamental atribuem às suas experiências de desistência e reprovação escolar. A
investigação tem como marco teórico a Psicologia Histórico-Cultural, elaborada por Vigotski,
seus colaboradores e continuadores Leontiev e Luria. Neste estudo a atividade educativa,
partindo das contribuições de Duarte (1999), Saviani (2000), Facci (2003), dentre outros, é
entendida como uma atividade intencional, cujas ações encaminham-se para a concretização
de seu fim último: produzir em cada indivíduo singular aquilo que foi alcançado pelo gênero
humano em seu decurso histórico. Participaram da pesquisa 10 alunos de classes populares, na
faixa etária entre 14 e 16 anos, estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental da rede
estadual do município de Alta Floresta D’Oeste - RO. A coleta empírica de dados foi feita
utilizando-se instrumentos como: entrevistas individuais, análise documental, encontros de
grupo focal e caderno de campo. A análise dos dados parte de duas categorias: a) processo de
escolarização e b) sentido pessoal atribuídos às trajetórias escolares. Os resultados revelam
que a escola não é apreendida pelos adolescentes como um local destinado à aprendizagem,
ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores; o processo de escolarização é
significado como mecânico, cansativo, repetitivo e desinteressante. Para estes estudantes a
escola não tem produzido o motivo, a necessidade para a aquisição do saber sistematizado,
assumindo, por sua vez, apenas características de uma instituição voltada para atender o
mercado de trabalho. Os relatos evidenciam a não coincidência entre o sentido e o significado
da escola. A análise demonstra que as trajetórias “acidentadas” não dependem de apenas um
sujeito: o aluno, mas expressam as sínteses do processo pedagógico, o qual se encontra
estreitamente entrelaçado com as determinações da sociedade capitalista.