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Territorialidade na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau e manejo da copaíba
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MARETTO,Luis Carlos.Territorialidade na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau e manejo da copaíba.Dissertação (Mestrado em Geografia). Programa de Pós- Graduação- Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) 192p. Porto Velho, 2013.
Autor
Maretto, Luis Carlos
Silva, Adnilson de Almeida
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Adnilson de Almeida Silva. A territorialidade exercida pela etnia Jupaú na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau, na busca dos recursos naturais com vistas à sobrevivência e ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental, é exemplo de atividade já conhecida em seu mundo cosmogônico, praticada no passado e, que até hoje, tem relevante importância por garantir-lhes o domínio e ocupação do território, facultando-os usufruir destes recursos na obtenção de renda familiar. O objetivo principal da pesquisa consiste em descrever a territorialidade exercida pela etnia Jupaú e avaliar se há sustentabilidade do manejo da Copaifera L., analisando se os fatores ambientais físicos, como a textura dos solos, e biológicos, como o diâmetro das árvores e espécies, podem influenciar na produção de óleo, bem como se o método de extração utilizado pode dar resposta positiva à produção. Como objetivo secundário, é feita a descrição das espécies botânicas encontradas na área de estudo, é apresentada a análise físico-química dos óleos extraídos, teste com a bomba de ar de alta pressão em várias árvores virgens e em outras já perfuradas, é descrito ainda o conhecimento empírico dos indígenas Jupaú sobre a copaíba. A metodologia aplicada neste estudo abrangeu fundamentos das ciências florestal, geográfica e da sociologia. No tocante às ciências florestais e geográficas, em cada uma das 262 árvores foi mensurado o DAP a 130 cm do solo, registrado a altura das árvores, nomes vernáculos de cada uma das três espécies presentes na área, registro da produção de óleo-resina de cada árvore. Foram rastreadas as coordenadas geográficas de cada árvore e altitude, gerando através destes dados as fichas de campo que foram o banco de dados utilizado. Na coleta de dados de campo referente à socioeconomia foi utilizado um aparelho celular contendo o sistema Andróide, onde foi instalada a ferramenta Open Data Kit (ODK). Através deste sistema foram instalados formulários eletrônicos contendo relevantes informações de interesse que foram coletadas nas aldeias Jupaú. Foram realizadas entrevistas com os indígenas mais velhos para coleta de dados referentes à visão do etnoconhecimento que têm sobre a copaíba, da territorialidade e visão cosmogônica sobre o tema e, ainda, foi testada a bomba de ar de alta pressão como método alternativo. De posse destas informações levantadas, para chegar aos resultados foram feitas análises comparativas e estatísticas para testar a influência da textura do solo, DAP e espécie botânica na produção do óleo-resina de copaíba. Após processamento dos dados obteve-se como resultado que a densidade média de árvores de copaíba na área de estudo foi de 1,15 árvores/ha, a frequência relativa das árvores produtivas foi de 43,89%. A média de produção de óleo-resina nas árvores amostradas foi de 0,57 litros/árvore e, nas árvores produtivas foi de 1,30 litros/árvore. Com relação ao DAP, na classe 40 ≤ DAP< 70 cm, estão aproximadamente 93% das árvores produtivas e na classe 70 ≤ DAP< 130 cm, apenas 7%. O teste do Qui-quadrado e o teste não paramétrico de Mann Whitney demonstraram que não houve associação entre o DAP e produção, assim como não houve associação para a textura de solo e produção. Ao realizar o teste do Qui-quadrado e o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para os grupos das três espécies botânicas versus produção, os resultados apontaram que há uma associação significativa entre espécie e produção. A espécie Copaifera multijuga Hayne foi a mais produtiva, representando 92,17% da produção, já as espécies Copaifera piresii e Copaifera sp representaram, respectivamente, 4,35% e 3,48% da produção. Pelo teste de Mann Whitney houve significância entre classes de DAP e localidade versus produção de óleo, demonstrando haver associação entre estes dois grupos de variáveis, apontando que a classe de DAP 1 (40 ≤ DAP < 70) e a localidade Alto Jamari demonstraram ser produtivas. Chegou-se também à conclusão que as classes de DAP acima de 90 cm são improdutivas, não devendo ser manejadas, permanecendo como árvores matrizes. A bomba de ar testada comprovou ser eficiente e deve ser recomendada na extração de óleo-resina de copaíba. O conhecimento cosmogônico dos indígenas Jupaú sobre óleo-resina de copaíba é importante e recomendado para um manejo mais eficiente e ecológico deste recurso natural.