This dissertation aims to present the social place that the black population was reserved in Brazilian literature, considering that the black in the course of literary historiography has been placed on the sidelines in the narrative discourse, this same discourse that produces characters that figure in a memory and a literary representation. Nationality promotes subordination and marginalization to blacks and conditions them to fight and resist in a class society. By transforming the black man into a non-human, the white man has been working to make the black man invisible in all the instances he integrates, whether in literature, music, dance or social life. The black people, in addition to being a figure that has been stereotyped, is also a figure that cannot appear, that is, he was created to be an extra, an unimportant character, or with characteristics that define him as something inferior, among others. Downgrading possibilities. However, the literary representation of the black man and woman is being revised by the Brazilian literary discourse, understood as a process that needs to be taken seriously, racial issues in literature gain space and voice in the pen of many black writers who mark in the literary discourse its ideal of belonging to blackness, as well as its representativeness. Our research has a qualitative nature and as a methodological contribution we analyze two literary works by the writer Moura Lima, Serra dos pilões- Jagunços e Tropeiros and Chão das Carabinas - Coronéis, Peões and Boiadas, both texts dissect about the sertanejo man, the jagunço and the treatment given to black men and women in the former north of Goiás, now Tocantins. This choice was based on the position and place of speech that are delegated to black characters in the narrative construction of Tocantins literature. Therefore, we will present the black in the works under analysis. In addition, we will discuss the formation of Tocantins literature, its forms of circulation and formation of readers as its importance for the formation of the memory of a people in a given society. As a result, we propose a discussion about the place that black people occupy in the works under analysis and what is the importance of building the place of speeches of black characters in a literature that is still configured as regionalist.Esta dissertação objetiva apresentar o lugar social que ao negro foi reservado na literatura brasileira, tendo em vista que no curso da historiografia literária ele tem sido colocado à margem no discurso narrativo. Esse mesmo discurso que produz personagens a figurar uma memória e uma representação literária nacional promove ao negro uma subalternização, marginalização e o condiciona a lutar e resistir em uma sociedade de classes. Assim, ao transformar o homem negro em um não humano o homem branco vem trabalhando para invisibilizá-lo em todas as instâncias das quais integra, seja na literatura, na música, na dança ou na vida social. O negro, além de ser uma figura que vem sendo estereotipada é também uma figura que não pode aparecer, ou seja, foi criado para ser um figurante, um personagem pouco importante ou com características que o definam como algo inferior, dentre outras possibilidades de inferiorização. No entanto, a representação literária dos homens e mulheres negras está sendo revista pelo discurso literário brasileiro, sobretudo, como um processo que precisa ser levado a sério à medida que as questões raciais, na literatura, ganham espaço e voz nas obras de muitos escritores e escritoras negras ao marcar no discurso literário seu ideal de pertencimento à negritude, como também, sua representatividade. Nossa pesquisa, portanto, possui cunho qualitativo e como aporte metodológico analisamos duas obras literárias do escritor tocantinense Moura Lima. As obras que compõem nosso corpus são Serra dos pilões- Jagunços e Tropeiros e Chão das Carabinas – Coronéis, Peões e Boiadas, onde ambos os textos dissecam sobre o homem sertanejo, o jagunço e o tratamento dados aos homens e mulheres negras no antigo norte de Goiás, agora Tocantins. Tal escolha se deu sobre a posição e o lugar de fala que são delegados aos personagens negros na construção narrativas da literatura tocantinense. Assim sendo, apresentaremos o negro nas obras em análise. Além disso, discutiremos a formação da literatura tocantinense, suas formas de circulação e formação de leitores bem como sua importância para formação da memória de um povo em uma determinada sociedade. Como resultados propomos uma discussão sobre o lugar que o negro ocupa nas obras em análise e qual a importância da construção do lugar de fala de personagens negros em uma literatura que ainda se configura como regionalista.