Tese
A arte e o niilismo: Albert Camus e o ethos do absurdo e da revolta
Registro en:
CHAGAS, José Soares das. A arte e o niilismo: Albert Camus e o ethos do absurdo e da revolta.2018.177f. Tese (Doutorado em Artes) – Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, Programa de Pós-Graduação em Artes, São Paulo, 2018.
Autor
Chagas, José Soares das
Institución
Resumen
The has the objective of this work is to analyze the nihilism that permeates contemporary
cultural production, from the concepts of absurdity and rebellion of Albert Camus (1913-1960),
as possible ethos of a life that does not deny itself and makes it similar to art, namely: creative.
It is a question of understanding the time of the two world wars (first half of the 20th century),
when murders and cruelties were given innocent and reasonable status by philosophy and
science. In this scenario, an art shared by the current spirit of revolt. However, at the same time,
serves as a parameter of an action that seeks the production, without suicide, of suicide, murder
or totalitarian regimes. For this analysis, the hermeneutic methodology employed consists of an
immersion in the essays, romanesca and dramaturgica work of Camus that searches, throughout
in their texts, to identify and discuss the nihilistic problematic in relation to art, within the
aesthetic and poetic concerns, which constitute the reflective horizon of the author. We also use
Nietzsche's reflections as a support to develop the meaning, an origin and a history of nihilism.
From this, we divide our thesis into three chapters: 1 – historical diagnosis of nihilism on the
basis of Nietzschean thought and the appropriation that the Franco-Algerian made of the
German thinker; 2 – the approach of the relationship between the concept of nihilism and
absurdity and how this becomes a model of life and artistic making; 3 – the realization of the
revolt as a response to nihilism and absurdity and its unfolding, ethical and aesthetic of
solidarity, dialogue and creation. Therefore, our effort, which is theoretical, bibliographical, of
intertextuality and analytical, intends to reflect on art as a model of resistance and creation
before a cultural reality and socially known as nihilistic. O objetivo deste trabalho é analisar o niilismo que permeia as produções culturais e o
pensamento contemporâneos, a partir dos conceitos de absurdo e revolta de Albert Camus
(1913-1960), como ethos possível de uma vida que não se nega a si mesma e se faz semelhante
à arte, a saber: criadora. Trata-se de buscar compreender a época das duas guerras mundiais
(primeira metade do século XX), em que assassinatos e crueldades receberam estatuto de
inocência e razoabilidade por parte da filosofia e da ciência. Neste cenário, a arte compartilha
do espírito hodierno da revolta. Mas, ao mesmo tempo, serve de parâmetro de uma ação que
busca a unidade na criação, sem cair na negação niilista do suicídio, do assassinato ou de
regimes totalitários. Para esta análise, a metodologia hermenêutica empregada consiste numa
imersão na obra ensaística, romanesca e dramatúrgica de Camus que busca, ao longo de seus
textos, individuar e discutir a problemática niilista em relação com a arte, dentro das
preocupações estéticas e poéticas, as quais constituem o horizonte reflexivo do autor. Também
lançamos mão das reflexões de Nietzsche como obra de apoio para desenvolver o significado,
a origem e a história do niilismo. A partir disso, dividimos a nossa tese em três capítulos: 1 –
diagnóstico histórico do niilismo com base no pensamento nietzschiano e na apropriação que o
franco-argelino fez do pensador alemão; 2 – a abordagem da relação entre o conceito de niilismo
e absurdo e como este se torna um modelo de vida e de fazer artístico; 3 – a constatação da
revolta como resposta ao niilismo e ao absurdo e os seus desdobramentos, éticos e estéticos de
solidariedade, diálogo e criação. Assim, o nosso trabalho que é de natureza teórica,
bibliográfica, de intertextualidade e analítica, mostra a arte como modelo de resistência e
criação perante uma realidade cultural e socialmente conhecida como niilista.