Dissertação
Letramento em saúde, ameaça de adoecer pela Covid-19 e intenção de vacinar de adolescentes brasileiros
Registro en:
MOTA, Sidiany Mendes Pimentel. Letramento em saúde, ameaça de adoecer pela Covid-19 e intenção de vacinar de adolescentes brasileiros.2022.95f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Palmas, 2022.
Autor
Mota , Sidiany Mendes Pimentel
Institución
Resumen
Objective: To analyze the relationship of health literacy with perceived health threat by
COVID-19, intention to vaccinate, and with sociodemographic and clinical factors of Brazilian
adolescents. Method: Cross-sectional study with 526 Brazilian adolescents aged 14 to 20
incomplete years. Data were collected using the instruments: Questionnaire for
sociodemographic characterization and health-disease profile; COVID-19 threat assessment
questionnaire and intention to be vaccinated and Health Literacy Assessment Tool - Portuguese
version, organized via online form. Data collection took place from July 13 to September 30,
2021 using the Google Forms tool. Associations were assessed by bivariate analysis, multiple
linear regression with Poisson response (article 1) and multiple linear regression with normal
response (article 2). Results: The mean health literacy score was 25.3 points ±5.4. Better health
literacy (p=0.010), having heart disease (p=0.006), lower income (p=0.000) and living in the
northern region (p=0.007) were factors that contributed to feeling more threatened by COVID-
19. Regarding vaccination intent, 65.2% (n=343) of participants had not yet received any dose
against COVID-19, 24.9% (n=131) had already received the first dose, and 9.9% (n=52) had
received both doses of the vaccine or the single dose vaccine. Among those who had not started
or completed the vaccination schedule, 86.9% (n=457) intended to receive the vaccine. The
prevalence of intention not to be vaccinated was lower among adolescents from the Southeast
compared to the North (p=0.010), among those in higher education compared to those in
elementary school (p=0.049), and among those with higher income (p=0.000). Intention not to
be vaccinated was not influenced by health literacy, although a trend was observed in which
the higher the health literacy score, the lower the prevalence of intention not to be vaccinated.
Considering health literacy as an outcome, factors such as female gender (p=0.014), higher
education (p=0.002), and medication use (p=0.020) were related to higher levels of health
literacy. Adolescents with chronic diseases had higher total health literacy scores, on average
1.51 points, when compared to those without chronic diseases. Conclusion: Health literacy
influenced perceived disease threat, but not the intention not to be vaccinated. Health threat
assessment by COVID-19 and the prevalence of intention not to be vaccinated were influenced
by region of residence, income, and education. The level of health literacy was influenced by
gender, education, and medication use. These factors reinforce the importance of professional
interventions focused on the social determinants of health and the implementation of
intersectoral actions aimed at adolescent health. Objetivo: Analisar a relação do letramento em saúde com a percepção de ameaça à saúde pela
COVID-19, intenção de vacinar e com os fatores sociodemográficos e clínicos de adolescentes
brasileiros. Método: Estudo transversal com 526 adolescentes brasileiros de 14 a 20 anos
incompletos. Os dados foram coletados por meio dos instrumentos: Questionário de
caracterização sociodemográfica e do perfil de saúde-doença; Questionário de avaliação de
ameaça da COVID-19 e intenção de ser vacinado e Health Literacy Assessment Tool – versão
em português, organizados via formulário online. A coleta de dados ocorreu no período de 13
de julho a 30 de setembro de 2021 por meio da ferramenta Google Forms. As associações foram
avaliadas por análises bivariadas, regressão linear múltipla com resposta Poisson (artigo 1) e
regressão linear múltipla com resposta normal (artigo 2). Resultados: A pontuação média do
letramento em saúde foi de 25,3 pontos ±5,4. Melhor letramento em saúde (p=0,010), ter doença
cardíaca (p=0,006), menor renda (p=0,000) e morar na região norte (p=0,007) foram fatores
que contribuíram para o sentimento de maior ameaça pela COVID-19. Quanto à intenção
vacinal, 65,2% (n=343) dos participantes ainda não haviam recebido nenhuma dose contra a
COVID-19, 24,9% (n=131) já haviam recebido a primeira dose e 9,9% (n=52) haviam recebido
as duas doses da vacina ou a vacina de dose única. Entre os que não haviam iniciado ou
completado o esquema vacinal, 86,9% (n=457) pretendiam receber a vacina. A prevalência da
intenção de não se vacinar foi menor entre os adolescentes da Região Sudeste comparados aos
da Norte (p=0,010), entre os que cursavam ensino superior comparados aos do ensino
fundamental (p=0,049), e entre os de maior renda (p=0,000). A intenção de não se vacinar não
foi influenciada pelo letramento em saúde, apesar de ser observada uma tendência em que
quanto maior a pontuação de letramento em saúde, menor a prevalência de intenção de não se
vacinar. Considerando o letramento em saúde como desfecho, fatores como sexo feminino
(p=0,014), maior escolaridade (p=0,002) e uso de medicamentos (p=0,020) foram relacionados
a maiores níveis de letramento em saúde. Adolescentes com doenças crônicas apresentaram
pontuação total do letramento superior, em média 1,51 pontos, quando comparados aos sem
doenças crônicas. Conclusão: O letramento em saúde influenciou a percepção da ameaça da
doença, mas, não a intenção de não se vacinar. Avaliação da ameaça à saúde pela COVID-19 e
a prevalência da intenção de não se vacinar foram influenciadas pela região de residência, renda
e escolaridade. O nível de letramento em saúde foi influenciado pelo sexo, escolaridade e uso
de medicamentos. Tais fatores reforçam a importância da atuação profissional em intervenções
voltadas aos determinantes sociais de saúde e à execução de ações intersetoriais voltadas à
saúde do adolescente.