Um estudo comparativo sobre o uso dos pronomes este e esse nas gramáticas normativas e pedagógicas do Português
Registro en:
PEREIRA, Karla Giselly Melo de Maria. Um estudo comparativo sobre o uso dos pronomes este e esse nas gramáticas normativas e pedagógicas do Português.2017. 132f. Dissertação (Mestrado em Letras: ensino de Língua e Literatura) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras: ensino de Língua e Literatura, Araguaína, 2017.
Autor
Pereira, Karla Giselly Melo de Maria
Institución
Resumen
The study of demonstrative pronouns of Brazilian Portuguese generates a bit of doubt,
will I use este or esse?. This question follows the study of the demonstratives from
Vulgar Latin, a period in which there was a linguistic transition, in which we have the
substitution of hic, haec, hoc for ĭste, ĭsta, ĭstud, to refer to the first person of speech, In
classical Latin, it was used both for the first person and the second person of the speech,
and it is used the identity pronouns ĭpse, ĭpsa, ĭpsum to take the place of ĭste, and thus
refer to the 2nd Speech. This first change in the system of use of statements and others
that have occurred throughout history, may have generated this doubt in use. In the
present study, the aim of this research was to analyze the history of grammar in order to
compare the normative grammars of Almeida (2009), of Cunha and Cintra (2013), of
Rocha Lima (2014) and of Bechara (2015), and the pedagogical ones of Perini (2010), of
Neves (2011), of Castilho and Elias (2012), and of Bagno (2012), on the use of the
statements, and later, Demonstratives in classic texts and current texts. For the
constitution of this corpus, we chose 5 short stories by Machado de Assis and articles
published from January to June 2015 by journalist Ruth de Aquino for Época Magazine.
Our results indicate that there is a certain disagreement, between normative and
pedagogical grammars, regarding the use of este and esse statements, in the references
related to the discourse. We also observe that in normative grammars, there is a certain
"relativization" in the use of statements. We analyzed 292 demonstrative records and the
textual analyzes indicated este in the anaphoric references in the classic texts the latter is
predominant, and in the current texts we have the predominance of the esse. O estudo dos pronomes demonstrativos do Português brasileiro gera um pouco de dúvida,
será que utilizo este ou esse?. Esta pergunta vêm acompanhando o estudo dos
demonstrativos desde o latim vulgar, período em que houve uma transição linguística, no
qual temos a substituição do hic, haec, hoc pelo ĭste, ĭsta, ĭstud, para se referir a 1ª pessoa
do discurso, sendo que antes, no latim clássico, ĭste era usado tanto para a 1ª pessoa
quanto a 2ª pessoa do discurso, e recorre-se ao uso dos pronomes de identidade ĭpse, ĭpsa,
ĭpsum, para ocupar o lugar de ĭste, e assim se referir à 2ª pessoa do discurso. Esta
primeira mudança no sistema de uso dos demonstrativos e outras que ocorreram ao longo
da história podem ter gerado essa dúvida no uso. Pela perspectiva pancrônica no estudo
da língua, procurou-se na presente investigação, fazer um levantamento bibliográfico
sobre a história da gramática, para assim verificarmos de forma comparativa o que nos
propõem as gramáticas normativas de Almeida (2009), de Cunha e Cintra (2013), de
Rocha Lima (2014) e de Bechara (2015), e as pedagógicas de Perini (2010), de Neves
(2011), de Castilho e Elias (2012), e de Bagno (2012), sobre o uso dos demonstrativos, e
posteriormente, analisarmos o emprego dos demonstrativos em textos clássicos e em
textos atuais. Para a constituição deste corpus, escolhemos 5 contos de Machado de Assis
e artigos publicados no período de janeiro à junho de 2015 da jornalista Ruth de Aquino
para a Revista Época. Nossos resultados indicam que há uma certa discordância, entre as
gramáticas normativas e pedagógicas, quanto ao emprego dos demonstrativos este e esse,
nas referências relacionadas ao discurso. Também observamos que nas gramáticas
normativas, há uma certa “relativização” no uso dos demonstrativos. Analisamos ao todo
292 registros de demonstrativos e as análises textuais indicaram que nas referências
anafóricas nos textos clássicos o este é predominante, e nos textos atuais temos a
predominância do esse.