Esse artigo discute a importância do diálogo de saberes à adoção de sistemas agroflorestais (SAFs), a partir da análise das práticas de manejo dos açaizais adotadas por camponeses da comunidade de Monte Sião, no Nordeste Paraense. Adotou-se a abordagem quanti-qualitativa, utilizando-se da aplicação de questionários semi-estruturados a 38 camponeses(as) que adotam o SAF como sistema de produção predominante, além da realização de entrevistas com atores-chave. Identificou-se que o SAF, entendido pelos camponeses como “açaizal”, foi uma prática aprendida com os antepassados e disseminadas entre as gerações, sendo este constantemente aperfeiçoado, em função da necessidade de produção alimentar da família. O diálogo entre camponeses, a partir de mutirões/intercâmbios, e com pesquisadores em capacitações técnicas também apresenta importante papel à consolidação dos sistemas. Conclui-se que o saber local em diálogo com o conhecimento científico, oportuniza a adoção de sistemas de produção sustentáveis.This article discusses the importance of the dialogue of knowledge to the adoption of agroforestry systems (SAFs), based on the analysis of the management practices of açaizais adopted by peasants of Monte Sião community, in northeastern Pará. The quantitative-qualitative approach was adopted, using semi-structured questionnaires for 38 peasants adopting SAF as the predominant production system, as well as interviews with key actors. It was identified that SAF, understood by the peasants as “açaizal”, was a practice learned from the ancestors and disseminated among the generations, and this is constantly improved, due to the need of food production to the family. The dialogue between peasants, starting with mutual help / interchanges, and with researchers in technical skills also plays an important role in the consolidation of the systems. It is concluded that local knowledge in dialogue with scientific knowledge, allows the adoption of sustainable production systems.