Article
Estudo de inclusões fluidas em veio de quartzo aurífero do prospecto Patinhas, Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico
Registro en:
KLEIN, Evandro Luiz; ROSA-COSTA, Lúcia Travassos da; CARVALHO, José Maria de Azevedo. Estudo de inclusões fluidas em veio de quartzo aurífero do prospecto Patinhas, Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v.34, n.1, p.59-66.
03757536
Autor
KLEIN, Evandro Luiz
ROSA-COSTA, Lúcia Travassos da
CARVALHO, José Maria de Azevedo
Institución
Resumen
O prospecto Patinhas, na porção sudeste da província Tapajós, é caracterizado por um veio de quartzo aurífero com
espessura média de 70 cm hospedado em zona de cisalhamento rúptil-dúctil, transcorrente, subvertical, orientada segundo NE-SW,
que corta gnaisse granodiorítico do Complexo Cuiú-Cuiú (~2,0 Ga). O quartzo é leitoso, maciço e rico em pirita em sua porção central
e foliado no contato com a rocha encaixante. Esse contato é também marcado por estreito halo de alteração hidrotermal que contém
sulfetos disseminados e pela deformação dúctil imposta à rocha encaixante pelo cisalhamento. O caráter estrutural é sugestivo de
posicionamento do veio em profundidade moderada, em estrutura ativa, cuja atividade estendeu-se por algum tempo após a formação
do veio. O ouro é microscópico e preenche microfraturas em cristais de pirita. Ao microscópio, cristais de quartzo de dimensões
variadas são envoltos por matriz recristalizada, em mosaico. São observados efeitos variáveis de deformação dúctil, fraca a intensa,
devido à deformação que acompanhou e sucedeu a formação do veio de quartzo. Inclusões fluidas (IF) ocorrem em trilhas intra- e
transgranulares, em bordas de cristais recristalizados, ou são encontradas em áreas menos deformadas e/ou reliquiares do quartzo, de
forma isolada ou em pequenos grupamentos aleatórios. São descritas inclusões carbônicas (tipo 1) mono- e bifásicas, geralmente
associadas com inclusões aquo-carbônicas (tipo 2) bi- ou trifásicas em temperatura ambiente, com o volume de CO2
variando entre 20
e 70%. Inclusões aquosas (tipo 3) bifásicas dividem-se em dois subtipos, um associado espacialmente aos tipos 1 e 2 e um outro
posterior a todos os demais tipos. A temperatura de fusão da fase carbônica das IF dos tipos 1 e 2 mostra forte concentração de valores
próximo ao ponto de fusão do CO2
puro. Com base no conjunto de dados estruturais, petrográficos e microtermométricos, interpreta-se a origem das IF como uma combinação entre separação de fases e re-equilibrio durante e após o aprisionamento. Parâmetros físico-químicos estimados a partir dos dados microtermométricos indicam que: a mineralização ocorreu entre 307ºC e 389ºC, sob pressão
variável (média de 2,1 kb, correspondendo a 7 km de profundidade); o fluido aquo-carbônico possui densidade global entre 0,73 e 0,97
g/cm3
, salinidade média de 6,6 % em peso equivalente de NaCl; e que a fração molar do CO2
(XCO2
) varia entre 6 e 16 moles %. Essas
características são compatíveis com as de depósitos auríferos mesotermais / mesozonais estruturalmente controlados