Technical Report
Geologia e recursos minerais da folha Senador Pompeu: SB.24-V-D-VI
Registro en:
PALHETA, Edney Smith de Moraes (Org.). Geologia e recursos minerais da folha Senador Pompeu: SB.24-V-D-VI. Fortaleza: CPRM, 2017. Escala 1:100.000.
978-85-7499-347-8
Autor
PALHETA, Edney Smith de Moraes
Institución
Resumen
A Folha Senador Pompeu (SB.24-V-D-VI) insere-se geotectonicamente na Província
Borborema, parte Setentrional. Seu substrato é compreendido por rochas cristalinas
pré-cambrianas.
As rochas mais antigas na área são atribuídas ao Complexo Cruzeta (maioria das
idades entre 2,7 – 2,8 Ga). O complexo é compreendido por rochas paraderivadas e
ortoderivadas migmatizadas, sendo o predomínio da última enfeixada na unidade
Mombaça, composta por granitoides de composições tonalítica (trondhjemítica) a
granítica e metaluminosos. Intercaladas a essas ocorrem rochas metabásicas.
O mapeamento da Folha Senador Pompeu permitiu delinear o Complexo Acopiara,
unidade espacialmente expressiva na área, em domínios metatexíticos, diatexíticos
e rochas poupadas da forte migmatização. Estas, por sua vez, representam
uma sequência metassedimentar de xistos, quartzitos, paragnaisses, rochas
calcissilicáticas, intercalados por rochas metamáficas. Estas rochas supracrustais
foram submetidas a metamorfismo, geralmente, no fácies anfibolito alto. A análise
geocronológica U/Pb, em zircões detríticos do quartzito Acopiara, revelaram idades
neoproterozoicas para os zircões mais novos, sugerindo deposição a partir do
Toniano.
O Ortognaisse Cajazeira apresentou idade U/Pb, em zircão, de 2,1 Ga (Riaciano)
para sua cristalização, revelando ser possivelmente o embasamento do
Complexo Acopiara. Essa unidade é caracterizada por granitoides cálcio-alcalinos,
metaluminosos, metamorfizados em fácies anfibolito alto, que atingiram condições
migmatíticas.
A migmatização regional, resultado a partir de encurtamento crustal que
ocorreu nesta parte da Província Borborema, gerou a fusão parcial da sequência
metassedimentar Acopiara, dando origem a diversos corpos de leucogranitos
englobados, neste projeto, na unidade Granito Banabuiú, cuja idade de cristalização
U/Pb, em zircão, de um deles (batólito Nenelândia) foi em torno de 0,62 Ga.
Várias intrusões de granitoides metaluminosos, alguns peraluminosos, foram
mapeadas como pertecentes ao Complexo Granítico Rio Quixeramobim (fácies
Muxurê Novo e Muxurê Velho), Monzonito Quixadá e Piquet Carneiro. Essas intrusões
seu deu a partir de 0,59 Ga em regime tectônico associado à transcorrência.
Ocorrem cortando as rochas pré-cambrianas Diques Máficos Rio Ceará-Mirim, de
direção NE-SW, de idade provavelmente juro-cretácea, atribuída à abertura do
Atlântico Sul.
As coberturas de idade cenozoicas estão presentes e representadas por depósitos
aluvionares e eluviais.
A região que abrange a folha mapeada foi no passado uma das maiores produtoras
do estado do Ceará na extração de minerais de pegmatitos. Hoje a região ainda
é promissora neste ramo da mineração, além de boas condições de extração de
rochas industriais/ornamentais, areia para construção civil, de ocorrências de
grafita e scheelita. Foram cadastrados no projeto 139 jazimentos minerais, dos quais
28 são inéditos, relacionados a depósitos, garimpos ativos/inativos, ocorrências e
indícios, principalmente, referente às substâncias minerais dos pegmatitos (berilo,
água-marinha, columbita-tantalita, lepdolita, clevelandita, ambligonita, turmalina,
etc.) na região entre Milhã e Solonópole.