Thesis
Análise da vulnerabilidade e risco à escassez hídrica no semiárido - caso de estudo Ibaretama/CE
Registro en:
CAJAZEIRAS, Cláudio Cesar de Aguiar. Análise da vulnerabilidade e risco à escassez hídrica no semiárido - caso de estudo Ibaretama/CE. Orientador: Itabaraci Nazareno Cavalcante. 2020. Tese (Doutorado em Geologia) - Departamento de Geologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Autor
CAJAZEIRAS, Claudio Cesar de Aguiar
Institución
Resumen
A seca é um fenômeno natural, provocado por um extremo climático originado pelo déficit de
precipitação, que resulta na perda da capacidade de armazenamento de águas dos açudes, sendo,
as áreas rurais do semiárido as mais vulneráveis e afetadas, gerando danos sociais e econômicos.
Dentre as medidas mitigadoras relacionadas às secas no semiárido destacam-se o uso de águas
subterrâneas, o mapeamento das áreas de risco de insegurança hídrica constitui importante
instrumento para os gestores públicos nas tomadas de decisões. Neste contexto, o objetivo desta
tese foi o propor e aplicar uma nova metodologia para Mapeamento das Áreas de Risco à
Insegurança Hídrica (MARIH). A área piloto abrange o município de Ibaretama/CE, devido ao
seu histórico extenso de eventos de secas. A mensuração de risco, de maneira geral, compreende
a análise da vulnerabilidade (ausência ao acesso à água – poços tubulares) e do perigo
(ocorrência da seca). Assim, tendo como Unidade Territorial de Análise (UTAs) que consiste
de células de 1 x 1 km, foi analisado o conjunto de variáveis, construído a partir de indicadores
socioeconômicos (habitantes, estabelecimentos agropecuários e acesso a água) e indicadores
geoambientais (pluviosidade, topografia, capacidade de infiltração do solo e litologia do
aquífero) sendo as UTAs classificadas quanto ao seu risco hídrico em: baixo (R1), moderado
(R2), alto (R3) e muito alto (R4). Como resultado, temos que o município de Ibaretama, foi
dividido em um total de 985 UTAs, sendo identificadas 342 UTAs com risco hídrico, destas 32
foram classificadas como risco alto e 22 de muito alto risco. O Aquífero Fraturado, principal
manancial subterrâneo em extensão e número de poços existentes, possuindo a vazão específica
média de 0,22 m3
/h/m. Dos 105 poços tubulares cadastrados, 5 (4,00%) estão abandonados; 20
poços (16,00%) encontram-se desativados e, os 100 (80,00%) poços estão em operação. O
poder público detém a posse da maioria desses poços, 92 (73,60%), a iniciativa privada 32
(25,60%). A aplicação da ferramenta MARIH se mostrou aplicável para mapear a
vulnerabilidade à insegurança hídrica, sendo assegurada a aplicação do método em outros
municípios. A sua execução caracteriza-se pela: i) simplicidade, o que proporciona o processo
de automatização em larga escala; ii) flexibilidade, pode ser usado em áreas rurais, a partir de
vários tipos de recortes, no caso foi utilizado o municipal e iii) baixo custo de execução, pois é
utilizado dados de acesso público, fornecidos pelo SIAGAS/CPRM e IBGE. Através da
presente metodologia, determinaram-se quais as UTAs possuem maior risco, os quais devem
ser alvos de políticas públicas e medidas mitigadoras, determinando as áreas prioritárias para
investimentos públicos.