A violência contra a mulher é um fator presente em grande parte dos conflitos armados, mas, por muito tempo, essa temática foi silenciada e tratada como uma simples consequência das guerras. Os desafios enfrentados pelas mulheres nessas situações são inúmeros, tendo o estupro como um dos principais, que, nesses casos, atua como arma de destruição em massa. O objetivo desse trabalho é analisar os desafios enfrentados pelas mulheres durante conflitos armados sob a ótica do direito humanitário. Após a contextualização inicial da história do Direito Humanitário Internacional e seu aparato jurídico de proteção às vítimas, tem-se uma análise das contribuições feministas no estudo das relações internacionais, além da explicação do Genocídio de Ruanda, com enfoque na violência sexual praticada. Finaliza-se este estudo com a verificação da situação das mulheres em Ruanda no pós-genocídio, assim como as decisões tomadas pelas organizações internacionais na busca por justiça. A conclusão a que se chega é que as estruturas judiciais internacionais não foram suficientemente eficazes no julgamento de culpados pela violência sexual em Ruanda.