O câncer gástrico representa a quarta neoplasia maligna mais comum no mundo e segunda causa de morte entre as neoplasias, caracterizando-se pela rápida evolução, início silencioso e assintomático. Tem-se como objetivo traçar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes com câncer gástrico atendidos em um centro de referência privado em Santa Catarina. Trata- se de um estudo observacional transversal descritivo realizado entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020. A coleta de dados ocorreu através da análise de 62 prontuários eletrônicos. Observou-se predomínio do sexo masculino (59,7%), média de idade de 63,1 anos (±13,3), etnia branca (92,1%), com companheiro(a) (83,3%), procedentes da Grande Florianópolis (84,6%), sendo 45,7% tabagistas e 52,3% etilistas. Apenas 13,1% dos pacientes apresentaram positividade para H. pylori, sendo o histórico familiar de câncer associado a 92,9% dos indivíduos. Destaca-se o emagrecimento (51,7%) e dor abdominal (60,0%). Os estadiamentos da doença mais comuns foram IIB, IIA e IV (24,2%, 17,7% e 17,7%) e os subtipos difuso e intestinal os mais incidentes (54,8% e 38,7%), localizados principalmente no corpo gástrico e junção gastroesofágica (53,2% e 24,2%). O método mais empregado para o estadiamento foi a tomografia computadoriza de tórax e abdome (90,3%). A taxa de sobrevivência foi de 52,5%, com tempo médio entre diagnóstico e óbito dos 28 pacientes falecidos de 716,8 dias (± 648,0). Considerando a incidência e alta mortalidade da doença, medidas de combate ao câncer gástrico devem ser fortalecidas e ampliadas, incluindo a evitação de tabagismo, etilismo e ingestão de alimentos com potencial carcinogênico.