A história do Brasil é marcada por um período escravocrata, onde a população negra foi tratada de maneira sub-humana por mais de quatro séculos. Alguns estudos apontam sobre a disparidade do acesso aos cuidados de mulheres negras e que as mulheres pertencentes a minorias são menos propensas do que as mulheres não pertencentes a minorias a acessar os cuidados, mesmo quando disponíveis, devido aos desafios em encontrar creches, obter transporte e lidar com outras responsabilidades de papéis. Os slams, por outro lado, devem ser vistos como organizações sociais seguras para as jovens negras compartilharem suas questões enquanto indivíduos e coletivas, capazes de promover o fortalecimento da autoestima de uma população que carece de cuidados em saúde mental. Neste sentido, o projeto teve como objetivo avaliar como o movimento Slam pode ser utilizado por mulheres negras para expressar suas vulnerabilidades utilizando a poesia como reforço, tendo como método o estudo de caso baseado em entrevista semiestruturada trazendo como meio de análise a teoria da Análise do Comportamento e a Psicologia Social. Os resultados obtidos foram catalogados em três categorias, sendo: O Paradoxo da mulher negra; a poesia como instrumento reforçador; slam como ambiente transformador. Por intermédio do trabalho em questão foi possível observar a força de tais grupos, já que são locais cheios de estímulos reforçadores. Contudo, é necessário uma maior visibilidade e um olhar mais científico para esses espaços no intuito de explorar com mais afinco a importância de tais grupos não apenas para as minorias, mas também para a sociedade.