O vínculo materno-fetal consiste na relação entre uma mulher grávida e seu filho durante a gestação. Faz-se necessária a identificação de pacientes com dificuldade em criar este vínculo, minimizando possíveis consequências emocionais para a gestante ou seu filho. Assim, este estudo objetiva adaptar transculturalmente e identificar as propriedades psicométricas da versão brasileira da Escala de Apego Materno-Fetal (Maternal-Fetal Attachment Scale - MFAS). Trata-se de um estudo transversal, envolvendo 240 gestantes durante o terceiro trimestre de gestação, em uma maternidade da rede pública brasileira. O processo de adaptação transcultural seguiu as recomendações internacionais. A versão brasileira da MFAS totalizou 22 itens do instrumento original, com exclusão de um item por não corresponder ao constructo. A média de idade das gestantes foi de 28 anos, em idade gestacional de 35 semanas, com 10,8 anos de escolaridade, em sua maioria caucasianas (61,6%), que viviam com seus parceiros (89,5%) e trabalhavam (56,2%). A análise de confiabilidade apresentou correlação de Pearson de 0,96 e coeficiente de correlação intraclasse de 0,95. O índice α-Cronbach variou entre 0,80 e 0,85 e a validade de critério foi calculada em 0,79. A Análise Fatorial Exploratória revelou três componentes, sendo “Expectativas para o bebê”, “Interações com o bebê” e “Questionamentos quanto ao bebê”. Conclui-se que a versão brasileira da MFAS é um instrumento confiável, válido e com boa consistência interna na avaliação do vínculo materno-fetal em brasileiros.