A pandemia do Covid-19 evidenciou não apenas o despreparo da humanidade para lidar com o problema enfrentado em aspectos de propagação viral e massificação das mortes que ocasionaram centenas de milhares de óbitos, causando luto aos familiares e entes queridos durante o período pandêmico, mas também a necessidade de se abordar a temática da morte e do luto na sociedade contemporânea. Ao longo da história, o processo de luto foi e tem sido construído culturalmente, embora, na modernidade, isso não signifique que os indivíduos se encontrem preparados para as perdas. Os rituais de despedidas atrelados ao processo de enlutamento sofreram mudanças abruptas com a pandemia do Covid-19, o que desconstruiu o padrão anterior e forçou o corpo social a se reorganizar. Através de uma revisão sistemática da literatura, o seguinte estudo buscou compreender as mudanças dos rituais de despedida no contexto brasileiro e quais os possíveis impactos tais mudanças causaram na vivência do luto de forma individual e coletiva. Para além do objetivo norteador da pesquisa, buscou-se também visualizar quais as demandas emergentes e possibilidades de atuação para a clínica fenomenológica existencial, abordagem referência no estudo do luto.