A experiência com a vivência da bulimia envolve aspectos biológicos e psicossociais em constante interação. Essas dimensões psicossociais se dão por meio da ligação entre a forma que o sujeito se relaciona com a alimentação e o corpo, bem como a cultura o influenciará neste processo. O presente estudo objetivou caracterizar os fenômenos psicossociais que influenciam no desenvolvimento da bulimia nervosa na perspectiva de 10 mulheres, que apresentaram ou apresentam comportamento bulímico atualmente. E para tal, buscou-se identificar os aspectos socioculturais, os significados pessoais e descrever as emoções e sentimentos que levam às crises bulímicas. O estudo é descritivo, exploratório e transversal, de abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas via Microsoft Teams com as participantes. Percebeu-se a forte influência das mídias e das redes socioafetivas na vida dessas mulheres, além da relação delas com graduações na área da saúde e condições de vulnerabilidade na saúde mental. Notou-se também, como o significado da comida é relevante e como se beneficiam do suporte profissional de saúde, que ao não estar presente, favorece o desamparo e o silenciamento do sofrimento causado pela bulimia. Os sentimentos de culpa, alívio e descontrole se mostram presentes na vida dessas mulheres. Logo, constatou-se que a bulimia não pode ser estudada e abordada de forma isolada por uma única área do saber, já que se trata de um problema complexo e multifatorial.