Introdução: Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte mundial e possui fatores de risco semelhantes à depressão e à alteração cognitiva. Este estudo busca avaliar associação de desfechos cardiovasculares após o primeiro infarto agudo do miocárdio (IAM) correlacionando depressão e declínio cognitivo. Métodos: Trata de uma avaliação exploratória preliminar do Catarina Heart Study que avalia depressão e alterações cognitivas aos desfechos cardiovasculares. Resultados: Pacientes com IAM e depressão são mais jovens (50,3±10,8 anos; p=0,016) em relação aos que não possuíam depressão (60,5±11,5 anos). Houve maior relação entre depressão e mulheres (37,8%) comparando aos homens (18,5%; p<0,001). Observou associação entre depressão e dislipidemia (41,8%; p=0,001) e tendência ao tabagismo (40,5%; p=0,066). Depressão maior relaciona-se com diabetes (45,5%; p=0,006) e sedentarismo (84,4%; p=0,007). Maiores valores de Mini Exame do Estado Mental (MEEM) associam a menor mortalidade cardiovascular em 30 dias (HR=0,0870; p=0,030). Menores valores de MEEM relacionam hipertensão arterial sistêmica (66,1% quartil 1; 51% quartil 4; p=0,003), diabetes (33,9% quartil 1; 14,5% quartil 4; p<0,001) e sedentarismo (69,3% quartil 1; 51,7% quartil 4; p<0,001). Correlação negativa entre Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e MEEM (r=-0,116; p<0,001), MEEM e idade (r=-0,203; p<0,001). Correlação positiva entre PQH-9 e IMC (r=0,068; p = 0,004), MEEM e IMC (r=0,049; p=0,039), MEEM e FEVE (r=0,059; p=0,028). Conclusão: Pacientes no pós-infarto com piores índices cognitivos possuem maior mortalidade cardiovascular em 30 dias. Não há associação entre depressão e eventos cardiovasculares maiores. Depressão e alteração cognitiva associaram-se a diversos fatores de risco no pós-IAM.