O presente trabalho buscou observar quais os aspectos envolvidos na decisão de algumas mulheres que não desejam ser mãe, bem como, de que forma as influências sócio-históricas culturais e míticas, exercem ação de certa forma coerciva para a maternidade, atrelando a realização feminina à maternidade e ao determinismo biológico. Deste modo, seu objetivo foi identificar como as mulheres percebem as pressões sociais e familiares para serem mães, buscando compreender os aspectos psicossociais envolvidos na escolha pela não maternidade. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa, que visou sintetizar os resultados de pesquisas empíricas, encontradas na literatura Brasileira, sobre o tema da não maternidade e seus impactos sociais, realizadas com mulheres que declaram não desejar a maternidade. A técnica de análise dos dados utilizada pautou-se na Teoria Fundamentada nos Dados - Grounded Theory. Os resultados sugerem que a maternidade pode ser uma escolha da mulher, no entanto, o conceito de maternidade relacionado a identidade feminina ainda perdura no imaginário social, promovendo pressão e cobrança sobre as mulheres que decidiram não ter filhos, portanto, esse comportamento social atua na ambivalência de sentimentos em algumas mulheres diante da decisão e suscita a necessidade de discutir papéis de gênero e responsabilidade parental, diante da representatividade de ser mulher e da família contemporânea.