A partir de um referencial teórico pautado, sobretudo, na obra O cavaleiro Dom Quixote de La Mancha, é possível compreender a dimensão e aplicabilidade dos valores supremos da justiça e liberdade, positivados na Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Tendo em vista que seu autor - Miguel de Cervantes - ao longo de sua jornada transcorreu prisões injustas, sem o devido processo legal, bem como cerceamento arbitrário de suas liberdades, este pode ser visto como personagem de sua própria história ficcional. Ou seja, fatos reais que se mesclam à ficção, e culminam na compreensão de conceitos jurídicos discutidos há séculos. Por meio de uma metodologia bibliográfica e dedutiva alicerçada em autores clássicos e contemporâneos de grande renome, desde Aristóteles a Amartya Sen é que se aterá este estudo, que visa compreender de que modo os conceitos de justiça e liberdade são assimilados e efetivados no mundo jurídico filosófico, e concretizados pelo personagem Dom Quixote. A literatura ficcional se torna, assim, a baliza ética do Direito, na medida em que revela os anseios e necessidades sociais. Com efeito, a obra supracitada tem o condão de demonstrar como o resgate de tais valores morais são essenciais no estudo e realização dos direitos inerentes à condição de ser humano e cidadão enquanto pertencente a um corpo social.