A população idosa no Brasil vem crescendo significativamente a cada ano. No campo da saúde, os idosos estão expostos a doenças crônicas e alterações neurodegenerativas, que podem levar a maiores níveis de dependência diária, necessitando de um cuidador especializado. A presente pesquisa teve como objetivo principal compreender como o luto antecipatório é vivenciado pelos cuidadores de idosos com Alzheimer avançado. Trata-se de uma pesquisa de campo, transversal de base qualitativa. Foram utilizados como instrumentos um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada, realizada com quatro cuidadoras formais de idosos com Alzheimer avançado. A análise dos dados foi feita por meio do procedimento de análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que embora cada sujeito tenha consciência de sua finitude, o medo da morte é algo que está muito presente nos discursos humanos, sobretudo para quem dedica tratamento e zelo com o outro. É importante salientar que a situação de cuidado vivenciada pelas cuidadoras é permeada por sentimentos ambivalentes que ora se configuram como desagradáveis, ora como prazerosos. As cuidadoras manifestam grande desgaste físico e emocional, que se liga a uma carga excessiva e extenuante de trabalho, negligenciando o autocuidado. Dessa forma, visualizou-se que o processo de cuidado dos pacientes com Alzheimer é bastante complexo, sobretudo nos estágios mais avançados da doença, provocando impactos físicos e emocionais negativos na sua saúde e qualidade de vida das cuidadoras.