O sofrimento psíquico de cada indivíduo pode ser sempre agravado ou atenuado conforme a realidade na qual ele esteja inserido. Em tempos de pandemia e distanciamento social há uma ruptura nas relações interpessoais dos indivíduos, fazendo com que eles sejam impulsionados pela busca da conservação dessas relações de forma online ou remota. Da mesma forma, também se compõem no cenário desse indivíduo o ensino universitário remoto e o trabalho em home office. Trata-se de um estudo qualitativo de pesquisa de campo realizada com participantes de ambos os sexos sobre o sofrimento psíquico diante de um novo cenário imposto pela pandemia da COVID19. Pretendeu-se investigar a autopercepção dos participantes sobre o sofrimento psíquico vivenciado e a relação com o uso de redes sociais, pelo ensino remoto e o trabalho no modelo home office. Para tal, foram selecionados, por conveniência, 12 (doze) participantes com idade entre 18 e 25 anos que estejam cursando graduação em ensino remoto e trabalhando em casa. Por meio de um Questionário Sociodemográfico e a realização de Entrevista Semiestruturada, os dados foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo (Laurence Bardin), associada com pressupostos psicanalíticos acerca do sofrimento psíquico. Como resultados, cita-se a emergência de 03 (três) categorias temáticas: 1) Registros de autopercepção do sofrimento psíquico, 2) Estratégias desenvolvidas pelos sujeitos em home office e ensino remoto na pandemia, 3) Vínculos afetivos: rompimentos e redescobertas. Foram notáveis os impactos que foram causados nesses indivíduos em função da Covid-19 e, consequentemente, do distanciamento físico, somados ao novo modelo de trabalho (home office) e estudo (ensino remoto). O apoio teórico da Psicanálise neste trabalho foi muito apropriado no entendimento do impacto do coronavírus na vida das pessoas durante a pandemia.