O necrochorume é um líquido viscoso com odor forte e nauseante, proveniente da decomposição de cadáveres, podendo assumir tons de vermelho alaranjado e acinzentado, se tratando de um potencial poluente ao meio ambiente. Ele é constituído por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, além disso é composto por microrganismos como bactérias, protozoários e vírus e substâncias tóxicas, entre elas as diaminas como a cadaverina e a putrescina, sendo que, em concentrações elevadas, esses compostos afetam a qualidade de solos e lençóis freáticos. Outro potencial perigo é a presença de microrganismos patogênicos em ambientes contaminados pelo necrochorume, que podem ser fontes de doenças como a paratifoide, hepatite A, tétano e gangrena gasosa, além de COVID-19, já que, com o aumento do número de sepultamentos, o risco da presença do vírus SARS-CoV-2 em solos e águas contaminadas pelo necrochorume é elevado. Em relação a legislação que discorre sobre os aspectos construtivos de cemitérios, o CONAMA estabeleceu para o licenciamento ambiental de cemitérios várias normas, regras, critérios, restrições e medidas de controle ambiental a serem compridas, para minimizar os impactos ambientais e prevenir a contaminação pelo necrochorume, como uso de filtros biológicos, pastilhas microbiológicas ou mantas absorventes. Em locais já impactados, técnicas de biorremediação de solos contaminados podem ser utilizadas, como a fitorremediação.