Dissertação
O cronismo de Cosette no ano do AI-5:a repercussão da crise estudantil no Canto de Página
Autor
Toledo, Marcela Valladares de
Institución
Resumen
This research proposes an exercise in re-reading the narratives published by the chronicler
Cosette de Alencar in 1968 in the “Canto de Página” column, published in the newspaper
“Diário Mercantil”, in Juiz de Fora, presenting the analysis of his chronicles in three different
moments of the “year that did not end”: the repercussion of the death of student Edson Luís in
the column in April 68, the expressive and revolutionary May 68 and the month of the
“Passeata dos Cem Mil” in June 68. Following the methodology of content analysis proposed
by Laurence Bardin, the work seeks to detect how the chronicler addressed the issue of the
crisis of education in France, from De Gaulle, and Brazil, in full military dictatorship. The
analysis also seeks to see what the narrative strategies were at that historical moment, and
how the student crisis scheduled the column in a newspaper that supported the military coup
in 1964. It is a remembrance of this period of dictatorial hardening, half a century later,
evidencing the power of the journalistic chronicle as an opinion maker in a context of
censorship and repression. A presente pesquisa propõe um exercício de releitura das narrativas publicadas pela cronista
Cosette de Alencar em 1968, na coluna “Canto de Página”, veiculada no jornal “Diário
Mercantil”, em Juiz de Fora, apresentando a análise de suas crônicas em três momentos
distintos do “ano que não terminou”: a repercussão da morte do estudante Edson Luís na
coluna em abril de 68, o expressivo e revolucionário maio de 68 e o mês da Passeata dos Cem
Mil em junho de 68. Seguindo a metodologia de análise de conteúdo proposta por Laurence
Bardin, este trabalho busca detectar como a cronista abordou a temática da crise da educação
na França, de De Gaulle, e no Brasil, em plena ditadura militar. A análise busca também
observar quais foram as estratégias narrativas naquele momento histórico, e como a crise
estudantil agendou a coluna, em um jornal que apoiou o golpe militar em 1964. Trata-se da
rememoração deste período de endurecimento ditatorial, meio século depois, evidenciando o
poder da crônica jornalística como formadora de opinião em um contexto de censura e
repressão.