dc.description | Introdução: Hipospádia é definida como uma malformação geniturinária na qual ocorre uma fusão incompleta das pregas uretrais. Como resultado,
obtém-se um meato uretral de localização anômala, em uma posição mais proximal na face ventral do pênis, em algum ponto entre a glande e o
períneo. Trata-se da mais freqüente anomalia da genitália externa masculina, com uma incidência de 1 para cada 125 nascidos vivos masculinos. O
presente trabalho tem por objetivo avaliar o perfil clínico e epidemiológico de crianças portadoras de hipospádia atendidas no HU/CAS da UFJF.
Resultados: Realizou-se um estudo prospectivo por meio de acompanhamento ambulatorial de 30 crianças portadoras de hipospádia, entre oito
meses e 12 anos de idade, 16 das quais já foram submetidas à cirurgia corretora. A média de idade das crianças participantes foi de 5,5 anos.
História familiar positiva foi encontrada em 33,3% dos casos. Crianças primogênitas portadoras de hipospádia foram encontradas em 39,3% dos
atendidos. As médias de peso ao nascimento e idade gestacional foram de, respectivamente, 3.119 gramas e 37 semanas. Das mães de crianças
hipospádicas participantes da pesquisa, 35,7% fizeram uso de alguma medicação durante a gestação. Entretanto, em nenhum dos casos foi
percebido algum tratamento hormonal durante a gestação, como fármacos anorexígenos, reposição hormonal ou terapêutica para engravidar.
Conclusões: Antecedente familiar de hipospádia corrobora a teoria de que tal alteração urológica apresenta alguma herança genética. A
apresentação de hipospádia está associada a um número considerável de crianças primogênitas. Entretanto, tal anomalia não se mostrou
relacionada a baixo peso ao nascimento e prematuridade. Os responsáveis pelos pacientes portadores de hipospádia procuram ajuda médica numa
fase tardia, o que implica em maior surgimento de alterações psicológicas conseqüentes a um pênis malformado e insatisfatório funcionalmente. | |