Dissertação
Força muscular e atividade em crianças, adolescentes e jovens com câncer
Autor
Barbosa, Raiane Marques Furtado
Institución
Resumen
INTRODUCTION: During and after childhood cancer treatment, impairments in physical
fitness can be observed, as well as reduction in muscle strength, fatigue and changes in body
functions. In addition, the reduction in the level of activity during and after treatment can
contribute favorably to cardiac deconditioning, atrophy of the musculoskeletal system,
reduced muscle strength, loss of range of motion and fatigue, developing limitations on
participation, as well as limitations in performing daily activities, self-care and managing
household tasks. OBJECTIVE: Compare and investigate the relationship between the
isometric strength of the upper and lower limb musculature and the capacity and performance
of activities in children, adolescents and young people diagnosed with cancer with children,
adolescents and young people with apparent good health. METHODS: This is a crosssectional observational study, with 45 participants, 15 from the cancer group and 30 from the
control group. Participants were matched according to sex and age and took into account the
2:1 ratio (for each participant with cancer we compared with two participants with apparent
good health). Personal, health condition environmental and anthropometric data were
collected, such as weight, height, body-mass index (BMI) and circumference of the middle
thigh and calf. Performance (Pediatric Evaluation of Disability Inventory – computer adaptive
test - PEDI-CAT), capacity (Timed Up and Go test - TUG and Sit-to-Stand - SS) and activity
level (Phyical activity questionnaire for adolescents PAQ-A/ for children - PAQ-C) were also
evaluated, in addition to the muscle strength of the upper limbs (JAMAR® portable manual
hydraulic dynamometer) and lower limbs (microFET2® portable manual dynamometer).
RESULTS: The study had 30 female and 15 male participants, with a mean age in years of
13.67±5.78 in the cancer group and 13.07±5.11 in the control group. According to the cancer
group diagnosis, Acute Lymphoid Leukemia (6) and Chronic Myeloid Leukemia (3)
predominated. Regarding anthropometric data, the level of physical activity and muscle
strength in the upper and lower limbs did not show any significant difference between groups
(p>0.05). There were significant differences between the groups (cancer and control) in
relation to the capacity of activity tests (TUG and SL) and in the performance of activities
(mobility domain - PEDI-CAT) (p=0.001), where the cancer group presented lower results
compared to the control group. When comparing the level of physical activity, activity tests
and activity performance among children, adolescents and young in the cancer group, it was
observed that there were no significant differences between participants. The correlations
between muscle strength and the variables mean thigh circumference, calf and activity
performance were moderate to strong (0.50<r0.75), indicating that there is a relationship
between these variables. CONCLUSION: The cancer group showed low capacity and
performance in the activities domain, considered essential for daily life, compared to the
control group, and these variables are not associated with muscle weakness and physical
activity level. That way it would be recommended to implement in the physiotherapeutic
treatment program and follow-up, activities focused on the task, aiming autonomy and
functional independence. The relationship between muscle strength and circumferences can
serve as an easy and practical assessment measure for clinical practice. INTRODUÇÃO: Durante e após o tratamento de câncer na infância podem ser observados
prejuízos na aptidão física, assim como, redução da força muscular, fadiga e alterações nas
funções do corpo. Além disso, a redução do nível de atividade durante e após o tratamento
podem acentuar ainda mais o descondicionamento cardíaco, atrofia do sistema
musculoesquelético, redução da força muscular, perda da amplitude de movimento e fadiga.
Todos estes aspectos podem levar as limitações quanto à participação, assim como no
desempenho para realizar as atividades diárias, de autocuidado e administração de tarefas
domésticas. OBJETIVO: Comparar e investigar a relação entre a força isométrica da
musculatura dos MMSS e MMII e a capacidade e desempenho de atividades em crianças,
adolescentes e jovens com diagnóstico de câncer com crianças, adolescentes e jovens com boa
saúde aparente. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional transversal, do tipo casocontrole, com uma amostra de 45 participantes, sendo 15 do grupo câncer e 30 do grupo
controle. Os participantes foram pareados de acordo com o sexo e idade e levou em
consideração a proporção 2:1 (para cada um participante com câncer comparamos com dois
participantes com boa saúde aparente). Foram coletados dados pessoais, ambientais, da
condição de saúde e antropométricos, como peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e
circunferência de coxa média e panturrilha. Os participantes dos dois grupos foram avaliados
quanto à força muscular dos MMSS (Dinamômetro manual portátil hidráulico JAMAR®) e
MMII (Dinamômetro manual portátil microFET2®), ao desempenho (Pediatric Evaluation of
Disability Inventory – computer adaptive test - PEDI-CAT), à capacidade (Timed Up and Go
test - TUG e Sentar e Levantar 5 vezes - SL) e ao nível da atividade física (Physical Activity
questionnaire – for children - PAQ-C/ for adolescentes - PAQ-A). RESULTADOS: O estudo
foi composto por 30 participantes do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com média de
idade em anos de 13,67±5,78 no grupo câncer e 13,07±5,11 no grupo controle. De acordo
com o diagnóstico do grupo câncer, predominaram a Leucemia Linfoide Aguda (6) e
Leucemia Mieloide Crônica (3). Em relação aos dados antropométricos, o nível de atividade
física e a força muscular nos MMSS e MMII, não houve diferença significativa entre os
grupos (p>0,05). Observou-se diferenças significativas entre os grupos (câncer e controle) em
relação a capacidade dos testes de atividades (TUG e SL) e no desempenho das atividades
(domínio mobilidade – PEDI-CAT) (p=0,001), onde o grupo câncer apresentou resultados
inferiores em relação ao grupo controle. Ao comparar o nível de atividade física, os testes de
atividades e o desempenho das atividades entre crianças, adolescentes e jovens do grupo
câncer, foi observado que não houve diferenças significativas entre os participantes. As
correlações entre força muscular (MMSS e MMII) e as variáveis circunferência de coxa
média, panturrilha e desempenho da atividade foram de moderada a forte (0,50<r0,75),
indicando que existe uma relação entre essas variáveis. CONCLUSÃO: O grupo câncer
apresentou baixa capacidade e desempenho no domínio de atividades, consideradas essenciais
para o dia-a-dia, comparado com o grupo controle, e essas variáveis não estão associadas com
a fraqueza muscular e nível de atividade física. Dessa forma seria recomendado implementar
no programa de tratamento e acompanhamento fisioterapêutico, atividades focadas na tarefa,
visando autonomia e independência funcional. A relação entre a força muscular e as
circunferências podem servir como medida fácil e prática para ser implementada na prática
clínica. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior