Trabalho de Conclusão de Curso
Transmissão de gonorreia da cavidade oral para o trato retal: uma revisão sistemática
Autor
Souza, Yuri Garcia Dutra
Institución
Resumen
The antimicrobial resistance of Neisseria gonorrhoeae and the high prevalence of
asymptomatic extragenital infections are a worldwide concern. Evidence of high
viable gonococcal loads in positive samples from the oral cavity supported the
hypothesis that this organ could infect the anorectal tract. This research aims to
answer: “Among men who have sex with men, can gonorrhea be transmitted from
the oral cavity to the anorectal tract”? A systematic review was conducted in the
main databases, with Mesh terms, synonyms and most frequent key words in the
literature. Quality was analyzed with STROBE and NOS instruments. Out of 1011
publications, the final sample was consisted of 6 studies. According to the NOS, two
studies (33.3%) presented “very good” quality, two (33.3%) “good” and two (33.3%)
“satisfactory”. According to STROBE, most described a complete methodology
(83.3%) and only one (16.7%) partially. Four studies (66.7%) presented most results
and discussion criteria. One study (16.7%) found an association with the use of
saliva in penoanal sex and another (16.7%) with ororectal sex. Three showed that
in the absence of urethral infections, men with rectal gonorrhea had partners with
oropharyngeal gonorrhea. Two of these three studies (33.3%) found high
phylogenetic concordance between positive couples for oropharynx and rectum.
However, there were limitations regarding the differences in diagnostic methods,
methodologies and variables used. The results do not allow us to affirm, but they
may suggest the existence of transmissibility of gonorrhea from the mouth to the
anorectal tract. There is a need for more research on this subject. A resistência antimicrobiana da Neisseria gonorrhoeae e a alta prevalência de
infecções assintomáticas extragenitais provocam preocupação mundial.
Evidências de altas cargas gonocócicas viáveis em amostras positivas da
cavidade oral sustentaram a hipótese de que esse órgão poderia infectar o trato
retal. Esta pesquisa objetiva responder: “Entre homens que fazem sexo com
homens, a gonorreia pode ser transmitida da cavidade oral para o trato retal”? Foi
realizada uma revisão sistemática nas principais bases de dados, com termos
Mesh, sinônimos e vocábulos mais frequentes na literatura. A qualidade foi
analisada com os instrumentos STROBE e NOS. De 1011 publicações, a amostra
final foi composta por 6 estudos. Conforme a escala NOS, dois estudos (33,3%)
apresentaram qualidade “muito boa”, dois (33,3%) “boa” e dois (33,3%)
“satisfatória”. Segundo o STROBE, a maioria descreveu uma metodologia
completa (83,3%) e apenas um (16,7%) parcialmente. Quatro estudos (66,7%)
apresentaram a maioria dos critérios para análise de resultados e discussão. Um
estudo (16,7%) encontrou associação com o uso de saliva no sexo penoanal e
com o sexo ororretal passivo. Três evidenciaram que na ausência de infecções
uretrais, homens com gonorreia retal apresentaram parceiros com gonorreia
orofaríngea. Dois desses três estudos (33,3%) encontraram alta concordância
filogenética entre casais positivos para orofaringe e reto. Contudo, houve
limitações quanto às diferenças nos métodos de diagnósticos, metodologias e
variáveis utilizadas. Osresultados não permitem afirmar, mas podem sugerir a
existência de transmissibilidade da gonorreia de boca para o trato retal. Há
necessidade de mais pesquisas nesse assunto.