Diante do fenômeno contemporâneo das crises migratórias e das transformações da conjuntura internacional frente a conflitos contemporâneos, tornou-se imprescindível a inclusão da temática de refugiados nos debates da comunidade internacional. Ademais, com a intensificação das relações sociais através da globalização e o impactante papel dos meios de comunicação, vê-se que os efeitos produzidos na sociedade invocam a conveniência de estudá-los profundamente. À frente do surgimento de forças eleitorais que se articulam através de agendas populistas de direita, nacionalistas e de anti-imigração, a sub-representação dos migrantes por parte da cobertura midiática se torna mais um obstáculo para os indivíduos que buscam seus direitos e sua segurança nos países de destino. Assim, o artigo tem como objetivo compreender como a cobertura da mais recente e atual crise migratória ucraniana com destino a França, pela mídia jornalística profissional francesa, está ligada à emergência de forças políticas extremistas na sociedade civil organizada do país. Através de uma análise quali-quantitativa a partir de bibliografias que escoam os impactos dos refugiados, a teoria crítica e a mídia como meio de comunicação e a partir da análise dos dois jornais de maior circulação diária nacional francesa, foi possível atestar a interferência da mídia na opinião pública através da harmonização de suas respectivas concepções ideológicas e mediante da narração dos acontecimentos da crise de refugiados ucranianos.