TCC
O uso da contratransferência como instrumento para a psicanálise: contribuições de Freud, Klein e Heimann
Autor
Samarcos, Ana Luiza Henriques
Institución
Resumen
O objeto de estudo deste trabalho é o conceito da contratransferência e suas
implicações teóricas e práticas dentro da psicanálise. O objetivo consiste em
compreender como os sentimentos contratransferenciais podem ser utilizados como
ferramenta de trabalho, conferindo ao analista autonomia dentro da sala de análise.
Para tanto, o trabalho assume a discussão teórico conceitual do termo
contratransferência dentro da psicanálise e coloca em perspectiva a evolução
histórica deste conceito, bem como sua crescente utilização clínica. Partindo da
definição do conceito de identificação projetiva de Melanie Klein, compreende-se o
uso que pode ser feito da contratransferência no trabalho analítico. A identificação
projetiva refere-se ao processo de cisão de ego primitivo, no qual as partes boas ou
as partes más do self são expelidas do ego e posteriormente são projetadas para
dentro de objetos externos. Os seguidores de Klein perceberam que este
mecanismo estava na base da contratransferência. Paula Heimann, por sua vez,
desenvolveu importante contribuição para o tema, caracterizando a
contratransferência como todos os sentimentos que o analista sente em relação a
seu paciente. A autora defende a capacidade do analista de suportar os sentimentos
que são empurrados para dentro dele e de usar a resposta emocional evocada como
ferramenta de trabalho capaz de abrir o inconsciente do paciente. Ao final, através
de fragmentos clínicos apresentados, conclui-se que a adequada utilização da
contratransferência pode conferir ao analista mais autonomia em suas
interpretações analíticas.