TCC
Aspectos psicológicos na obesidade infanto-juvenil: causa ou consequência?
Autor
Bicalho, Rute Nogueira de Morais
Institución
Resumen
A obesidade é hoje considerada uma doença crônica, multifatorial, caracterizada pelo excesso
de gordura acumulado nos tecidos adiposos. Pode ser um produto da vulnerabilidade genética
e de condições ambientais. É fator de risco para patologias graves, tais como, diabetes,
complicações cardiovasculares e hipertensão. No que se referem as complicações
psicológicas, a obesidade pode causar sofrimento, depressão, dificuldades na interação social
e queda na qualidade de vida. Atualmente ela é considerada um problema de saúde pública
justificada pelo aparecimento crescente de crianças e adolescentes obesos, o que tem
preocupado os profissionais e pesquisadores da área da saúde. Neste sentido, um corpo
significativo de pesquisas tem surgido. Muitos destes estudos têm apontado fatores
psicológicos como intrinsecamente relacionados à obesidade. Entretanto, estes aspectos
psicológicos mencionados nestes estudos são diversificados, descrevendo desde certa
insegurança e baixo nível de auto-estima de crianças e adolescentes obesos a problemas mais
sérios como alto nível de ansiedade e comprometimentos mais severos como a depressão. São
também apontadas na literatura, dificuldades na aprendizagem e nas interações sociais.
Portanto, a partir destes estudos, não há como negar que a obesidade pode ser considerada
uma questão de saúde psicológica. O objetivo deste estudo centrou-se na discussão dos
resultados de pesquisas a respeito da obesidade infantil, enfocando principalmente os aspectos
psicológicos inerentes a obesidade infanto juvenil. Procurou-se evidenciar quais os fatores
psicológicos subjacentes a obesidade descritos nestes estudos, buscando estabelecer se existe
um consenso entre os pesquisadores a respeito de tais aspectos se constituírem causa da
obesidade, ou se eles consistem em conseqüência. Tentou-se verificar os fundamentos que
subsidiam a delimitação das afirmações dos autores sobre o assunto ora discutido. Constatouse
na literatura, que os resultados dos estudos mencionam as questões psicológicas mais como
conseqüências da obesidade do que como causas e poucos estudos afirmam não haver
correlação entre os aspectos psicológicos e a obesidade. Verificou-se também que existem
muitos dados conflitantes; o difícil entendimento, devido ao emprego de diversas
metodologias para o estudo do tema, favorece erros de interpretação quando se faz essa
comparação entre o que é causa e conseqüência. Conclui-se que estes dados conflitantes
demonstram a complexidade da obesidade infanto juvenil. Independentemente dos aspectos
psicológicos ter conotação de causa ou conseqüência, os estudos que tangem a este respeito
devem ser intensificados. Ressalta-se, porém no que diz respeito à psicologia, que deve-se
levar em consideração o sofrimento individual e a partir deste referencial buscar amenizar os
danos causados por tal sofrimento.