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Leitura ficcional feita por adolescentes: compassos e descompassos entre escola e vida social
Autor
Yaegashi, Mirian Hisae
do Nascimento, Stéfanny Barranco
Mello, Ana Carolina de Azevedo
Institución
Resumen
Este artigo apresenta uma investigação sobre práticas de leitura de textos narrativos feitas por adolescentes em contextos escolares e não escolares. A hipótese de trabalho é de que as práticas de fomento à leitura de modo geral, e da literária, exigidas pela escola, desconsideram as leituras realizadas pelos adolescentes em âmbito não escolar, tratando-as como leituras não adequadas ou, como dizem as OCNEM (2006), como “escolhas anárquicas" de leitura. Sabe-se que a indústria cultural ou cultura de massa influenciam na formação do gosto pela leitura dos adolescentes, porém, pouco se sabe sobre as leituras realizadas fora do âmbito escolar e como se dão essas práticas de letramento e os modos de apropriação desses textos por leitores adolescentes. Em busca de levantar alguns desses aspectos, buscou-se identificar hábitos de leitura de textos narrativos – nomeados aqui como leitura de ficção – de adolescentes em escolas e em bibliotecas. Para tanto, foi realizado um levantamento de dados por meio da aplicação de questionários semiestruturados a alunos de 12 e 14 anos de escolas públicas e particulares e a leitores de bibliotecas municipais das cidades de Cornélio Procópio e Paranavaí, ambas situadas no norte do estado do Paraná. Os dados obtidos apontam para uma apreciação grande de leitura entre o público estudado, particularmente, de leituras efetuadas em impressos, notadamente o livro, seguidas de leituras de textos narrativos em suportes digitais (TV, cinema, computadores). Quanto às relações com a literatura ensinada na escola, os jovens afirmam apreciá-la, no entanto, seus repertórios de leitura corrente não coincidem com os textos escolares ou da tradição, evidenciando uma cisão entre os letramentos escolares e da vida social.