O trabalho configura-se como uma importante categoria no campo das ciências sociais para a análise e compreensão da sociedade. Apesar de ter sofrido críticas e ter sua centralidade questionada, sobretudo, na segunda metade do século XX (OFFE, 1989), os estudos e pesquisas sociológicas, na contramão dessa vertente, têm revelado um conjunto de mudanças na organização, no processo e nas relações de trabalho que reafirmam a centralidade dessa categoria para a análise social. Tais transformações têm exigido compreender o trabalho a partir de uma perspectiva ampla, que ultrapassa a concepção do trabalho no mercado e do emprego formal construída durante determinadas etapas do capitalismo, bem como demanda a compreensão dos efeitos de tais mudanças na constituição da subjetividade, da identidade pessoal e social dos indivíduos (DUBAR, 2006; DEJOURS, 1997). Essa perspectiva ampliada também pode ser observada na importância de se analisar as relações de trabalho de modo articulado a outras categorias.