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MARIA TERESA HORTA: ESCRITA FEMININA NA POESIA DE UM CORPO LIBERTO
Autor
Souza, Natália Salomé de
Bertges, Lívia Ribeiro
Pereira, Vinícius Carvalho
Institución
Resumen
A lírica de Maria Teresa Horta desempenha um papel importante nos estudos contemporâneos de literatura portuguesa, não só pelo seu valor literário, mas também por sua importância cultural e política no quadro dos estudos feministas. Maria Teresa Horta dá voz a uma eu lírica[1] que se constrói em uma escrita feminina (CIXOUS, 2007) a partir do corpo, dando aos seus poemas um teor erótico em que não há silenciamento da imanência da mulher. Diante de tal contexto, no presente trabalho analisaremos dois poemas eróticos de Maria Teresa Horta – “Canto o teu corpo” (1971) e “Propósito” (2012) – à luz da teoria da diferença sexual da crítica feminista, a fim de indagar os modos libertários de gozar e dizer o gozo em duas fases distintas da carreira da autora.[1] Eu lírica é o termo utilizado para não realizar o apagamento de uma voz literária feminina. O uso do termo eu lírico em nossos estudos representaria uma violência linguística e simbólica no processo de autorrepresentação na escrita feminina.