Cultural journalism is a journalistic specialization with a trajectory that goes back to the first pamphlets and serials, precursors of newspapers, and that in Brazil it has been markedly associated with the consumption of cultural goods by the privileged elites in economic and social terms. In addition, most of the vehicles specialized in this theme are located in the Southeast and South regions, where most of the country's cultural production is also concentrated. This work aims to counter this dominance by analyzing two different experiences of cultural journalism in the Northeast region, the magazines Cumbuca, from Sergipe, and Continente, from Pernambuco. The objective is to show how these publications treat and make visible the cultural practices of their respective states and the extent to which they prioritize them over other geographical areas – whether from other Brazilian or even international regions. The methodology adopted was content analysis, based on a sample of four quarterly editions of Cumbuca and six monthly editions of Continente, all from 2019. The analysis of the magazines allowed to conclude that both give space to the Sergipe and Pernambuco cultures, but in different scales. While Cumbuca mainly focuses on Sergipe and the Northeast, Continente has a multi-spatial character, which encompasses significantly other areas besides Pernambuco and the Northeast. Such differences can be based on structural and editorial aspects; however, both journals guide several of their contents from a regional perspective, even when they address national and international references. Thus, both constitute valid and positive experiences in the production of a regional cultural journalism that exists beyond the traditional South-Southeast axis and that demonstrates the cultural plurality of the Northeast.O jornalismo cultural é uma especialização jornalística com uma trajetória que remonta aos primeiros panfletos e folhetins, precursores dos jornais, e que no Brasil tem sido marcadamente associada ao consumo de bens culturais por parte das elites privilegiadas em termos econômicos e sociais. Além disso, a maior parte dos veículos especializados nessa temática situa-se nas regiões Sudeste e Sul, onde também se concentra a maior parte da produção cultural do país. O presente trabalho visa se contrapor a essa dominância ao analisar duas experiências distintas de jornalismo cultural na região Nordeste, as revistas Cumbuca, de Sergipe, e Continente, de Pernambuco. O objetivo é mostrar como essas publicações tratam e visibilizam as práticas culturais de seus respectivos estados e em que medida as priorizam sobre outros recortes geográficos – sejam os de outras regiões brasileiras ou até mesmo internacionais. A metodologia adotada foi a análise de conteúdo, com base em uma amostra de quatro edições trimestrais da Cumbuca e seis edições mensais da Continente, todas do ano de 2019. A análise das revistas permitiu concluir que ambas conferem espaço às culturas sergipana e pernambucana, mas em diferentes escalas. Enquanto a Cumbuca concentra seu olhar majoritariamente em Sergipe e no Nordeste, a Continente possui um caráter multiespacial, que abrange significativamente outros recortes além de Pernambuco e do Nordeste. Tais diferenças podem ser baseadas em aspectos estruturais e editoriais; contudo, ambas as revistas pautam vários de seus conteúdos sob um olhar regional, mesmo quando abordam referenciais nacionais e internacionais. Assim, ambas se constituem como experiências válidas e positivas da produção de um jornalismo cultural regional que existe para além do tradicional eixo Sul-Sudeste e que demonstra a pluralidade cultural do Nordeste.São Cristóvão, SE