Monografia
Sobrevida e fatores de risco para mortalidade na leucemia linfoblástica aguda pediátrica em um serviço público de referência no nordeste do Brasil
Registro en:
ALENCAR, Carolina Gotardo. Sobrevida e fatores de risco para mortalidade na leucemia linfoblástica aguda pediátrica em um serviço público de referência no nordeste do Brasil. 2019. 52f. Monografia (Graduação em Medicina) - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Medicina, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, 2019.
Autor
Alencar, Carolina Gotardo
Institución
Resumen
Survival rates for pediatric acute lymphoblastic leukemia (ALL) are now close to 90% in many developed countries and evidence suggests that early response to treatment, measured by minimal residual disease (MRD) in bone marrow, is the prognostic factor with the greatest impact on ALL. However, in developing countries low survival rates are still observed, regardless of treatment protocol used. The objective of this study was to evaluate mortality rate and overall survival for children with ALL treated with a protocol that includes MRD as a risk stratifier at a reference public oncology center in northeast Brazil; compare results to previous studies at the same center after the implementation of a set of simple measures aimed at reducing deaths from infection in the first weeks of treatment and investigate any association of mortality with variables that relate to socioeconomic status. Method: This study evaluated all patients diagnosed as ALL who were less than 19 years of age and treated according to GBTLI-09 protocol at Dr. Osvaldo Leite Oncology Center from 2015 to 2018. Biological and socioeconomic variables were collected at diagnosis and early response to treatment was assessed by measure of MRD on the 15th and 35th days of treatment. Results: We analyzed 52 patients. It was observed a decrease in overall mortality rate (38,5%) and in mortality during induction (13,5%) compared to previous studies. Infection was still the main cause of mortality (75% of deaths). Patients living in houses with more than 4 inhabitants had higher mortality rate during induction (p = 0,0122). Patients with positive MRD at the end of induction had an increased risk of mortality (RR = 3,16; p = 0,0483). Survival at 3 years was still low (59,6%), specially for high risk patients (39,9%, p = 0,0017). Risk status at diagnosis was the only independent prognostic factor in this cohort (p = 0,0238). Conclusion: Although we must keep seeking for increasingly better protocols to modulate treatment according to risk in ALL, in the developing world the search for simple strategies to reduce the risk of death from infection is still an equally important challenge A sobrevida para leucemia linfoblástica aguda (LLA) pediátrica está próxima de 90% em muitos países desenvolvidos e evidências sugerem que a resposta precoce ao tratamento, medida pela doença residual mínima (DRM) na medula óssea, é o fator prognóstico com maior impacto na LLA. No entanto, nos países em desenvolvimento ainda se observam baixas taxas de sobrevida, independentemente do protocolo de tratamento utilizado. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de mortalidade e a sobrevida global de crianças com LLA tratadas com um protocolo que inclui a DRM como estratificador de risco em um centro público de referência em oncologia pediátrica no nordeste do Brasil; comparar os resultados com estudos anteriores no mesmo centro após 38 a implementação de um conjunto de medidas simples destinadas a reduzir as mortes por infecção nas primeiras semanas de tratamento e investigar a associação da mortalidade com variáveis socioeconômicas. MÉTODO: Este estudo avaliou todos os pacientes com diagnóstico de LLA menores de 19 anos e tratados de acordo com o protocolo GBTLI-09 no Centro de Oncologia Dr. Osvaldo Leite de 2015 a 2018. As variáveis biológicas e socioeconômicas foram coletadas no momento do diagnóstico e a resposta precoce ao tratamento foi avaliado pela medida da DRM no 15º e 35º dias de tratamento. Resultados: Analisamos 52 pacientes. Observou-se uma diminuição na taxa de mortalidade geral (38,5%) e na mortalidade durante a indução (13,5%) em comparação com estudos anteriores. A infecção ainda é a principal causa de mortalidade (75% das mortes). Pacientes residentes em domicílios com mais de 4 habitantes apresentaram maior taxa de mortalidade durante a indução (p = 0,0122). Pacientes com DRM positiva ao final da indução apresentaram risco aumentado de mortalidade (RR = 3,16; p = 0,0483). A sobrevida aos 3 anos ainda é baixa (59,6%), especialmente para os pacientes de alto risco (39,9%, p = 0,0017). O status de risco ao diagnóstico foi o único fator prognóstico independente nessa coorte (p = 0,0238). Conclusão: Embora devamos continuar buscando protocolos cada vez melhores para modular o tratamento de acordo com o risco na LLA, no mundo em desenvolvimento a busca por estratégias simples para reduzir o risco de morte por infecção ainda é um desafio igualmente importante Aracaju