Dissertação
Ficcionalidade religiosa e o grotesco em A Montanha Sagrada, de Alejandro Jodorowsky
Registro en:
SANTOS NETO, Romeu Villa Flor. Ficcionalidade religiosa e o grotesco em A Montanha Sagrada, de Alejandro Jodorowsky. 2023. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2022.
Autor
Santos Neto, Romeu Villa Flor
Institución
Resumen
Although battered by indistinct use, the expression that “art imitates life” presupposes, if we
admit it to be valid, that we are faced with language appropriations that are not always obvious.
Of these, we can see those where the language of a religious nature sometimes crosses the
boundaries of an apparently solemn or credible expression, typical of what common sense
attributes as characteristic of religious tradition, to settle in the realms of the unusual, a realm
recurrently shared by artistic creation. Among the multifaceted expressions of this imaginary,
it is from the category of grotesque that the present work investigates the religious fictionality
in cinema, using The Holy Mountain, a feature film by Chilean filmmaker Alejandro
Jodorowsky, as a cutout. It makes a mediation between religion and art based on the theory
developed by Russian philosopher Mikhail Bakhtin (1895-1975) about the work of French
writer François Rabelais (1494-1553), aligning a transposition of Bakhtinian literary criticism
to the cinematographic criticism of The Holy Mountain, having as a common thread the
symbolic repertoire in both. Embora puída pelo uso indistinto, a expressão de que “a arte imita a vida” pressupõe, em a
admitindo válida, nos depararmos com apropriações de linguagem nem sempre óbvias. Destas,
salta aos olhos aquelas onde a linguagem de jaez religioso cruza, por vezes, as divisas de uma
expressão aparentemente solene ou crível, típica daquilo a que o senso comum atribui como
característico da tradição religiosa, para instalar-se nas paragens do incomum, âmbito
partilhado recorrentemente pela criação artística. Dentre as multifacéticas expressões desse
imaginário, é a partir da categoria do grotesco que o presente trabalho investiga a ficcionalidade
religiosa no cinema, valendo-se de A Montanha Sagrada, longa-metragem do cineasta chileno
Alejandro Jodorowsky, como recorte. Tece uma mediação entre religião e arte embasada na
teoria desenvolvida pelo Filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) sobre a obra do escritor
francês François Rabelais (1494-1553), alinhavando uma transposição da crítica literária
bakhtiniana à crítica cinematográfica de A Montanha Sagrada, tendo como fio condutor o
repertório simbólico em ambos. São Cristóvão