Monografia
Perfil laboral de trabalhadores de ilha fluvial no município de São Cristóvão
Registro en:
Gramacho, Bárbara Bastos ; Cruz Neto, Jonas Soares. Perfil laboral de trabalhadores de ilha fluvial no município de São Cristóvão. São Cristóvão, 2022. Monografia (Graduação em Fonoaudiologia) – Departamento de Fonoaudiologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2022
Autor
Gramacho, Bárbara Bastos
Cruz Neto, Jonas Soares
Institución
Resumen
Os agentes de risco ocupacionais presentes nas atividades de marisqueiras e pescadores podem estar relacionados a problemas de saúde tais como perda auditiva, zumbido, estresse, ansiedade, insônia, entre outros. O objetivo deste estudo foi identificar o perfil do trabalho desenvolvido por trabalhadores da pesca artesanal e da mariscagem de uma ilha fluvial do município de São Cristóvão em Sergipe. Foi realizado um estudo exploratório com 17 pescadores e marisqueiras da região, de abordagem quantitativa e descritiva da sintomatologia auditiva e de questões sobre a saúde advindas das atividades laborais dos trabalhadores, com enfoque nas alterações auditivas relacionadas à exposição ao ruído ocupacional proveniente dos motores dos barcos. Os resultados adquiridos evidenciaram que 10,5% nunca frequentaram a escola, 84,2% possuem o ensino fundamental incompleto. Relativo à percepção de risco no trabalho, 82% dos trabalhadores afirmaram perceber a existência de riscos. Dos entrevistados, 42,8% relataram riscos mecânicos, 14,2% ergonômicos e 71,4% físicos. Referente ao uso de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), 64,7% relataram fazer uso de calça comprida e apenas 11,7% usam luvas ou botas. Sobre o uso de inseticida para repulsão de mosquitos, 52,9% dos trabalhadores relataram usar querosene e apenas 23,5% relataram o uso de repelentes. A pesquisa testificou que 52,9% dos profissionais da pesca afirmaram terem sofrido acidente durante seu trabalho, por outro lado, 88,2% relataram ter tomado a vacina contra o tétano. Sobre a percepção de ruído nos barcos, 75% dos trabalhadores, os quais relataram que o ruído do motor não incomoda ou acarreta pouco incômodo, apresentaram queixas de zumbido e insônia após as atividades laborais e 21,5% relataram algiacusia. Além da perda auditiva, o ruído que não cessa gera um ambiente estressante e agressivo, o que acaba interferindo no sono e impactando no descanso necessário. Recomenda-se a realização de exames audiológicos para monitoramento e prevenção de PAIR em virtude do risco físico ruído encontrado nas medições dos barcos. Este estudo poderá contribuir para novas pesquisas em áreas afastadas, a partir dos dados e conclusões obtidas. São Cristóvão, SE