Dissertação
Compostos fenólicos em cascas, sementes e óleo da pimenta rosa obtido por prensagem a frio: estudo da bioacessibilidade da casca
Phenolic compounds in husks, seeds and oil of pink pepper obtained by cold pressing: study of husk bioaccessibility
Registro en:
CARNEIRO, Tuânia Soares. Compostos fenólicos em cascas, sementes e óleo da pimenta rosa obtido por prensagem a frio: estudo da bioacessibilidade da casca. 2022. 73 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2022.
Autor
Carneiro, Tuânia Soares
Institución
Resumen
Pink pepper (Schinus terebinthifolius R.) is produced in Brazil in an extractive way, its
commercialization is done by the production of fresh, dehydrated fruits, essential oil. The
bark, seeds and leaves contain bioactive compounds, highlighting antioxidants and phenolic
compounds. Although PP components are associated with its potential consumption as a
nutraceutical food, bioactive compounds must have the ability to be released after ingestion,
becoming bioaccessible in the gastrointestinal tract. In this context, the present work had the
objectives of quantifying phenolic compounds of different classes in husks, seeds and PP oil
obtained by cold pressing, in addition to evaluating the bioaccessibility of the fraction
containing the highest bioactive content, using an in vitro digestion model with intestinal
barrier simulation. Pink pepper fruits, previously dehydrated, were divided into seed and
husk, crushed and sieved up to a particle size of 32 Mesh for further analysis. To obtain the
oil by cold pressing, whole fruits were pressed up to 389 kgf/cm2 for 100 minutes, and the oil
was collected, centrifuged and stored at -18 ºC. Antioxidant capacity analyzes were performed
by DPPH, ABTS and FRAP, and phenolic compounds from different families were quantified
in HPLC-DAD. The oil content in the fruits was approximately 14%. In relation to total
phenolics (mg GAE/g), the husk had the highest values, followed by the oil and the seed. The
husks also showed the highest antioxidant capacity values, ranging from 121-228 mM of
Trolox/kg (DPPH and ABTS) and 427-632 mM Fe2+/kg (FRAP). Regarding the individual
phenolic compounds, the husks obtained the highest values, especially for gallic acid (2819-
3129 mg/kg), procyanidin B2 (720-760 mg/kg), catechin (528-594 mg/kg), Kampferol (166-
184 mg/kg), and by the presence of anthocyanin Petunidine 3-glycoside (55-59 mg/kg). The
husks were submitted to a bioaccessibility study by the in vitro digestion method with
simulation of permeation through the intestinal wall, where hesperidin (23352%), naringenin
(273%), rutin (120%) and catechin (84%) were the phenolics more bioaccessible. The present
study shows that obtaining pink pepper oil by cold pressing is a clean process alternative, and
that the skin is the fraction of the fruit with the greatest bioactive potential, and should be
better explored as a functional food. A pimenta rosa (Schinus terebinthifolius R.) tem sua produção no Brasil de forma extrativista,
sua comercialização é feita pela produção dos frutos in natura, desidratados, óleo essencial. A
casca, sementes e folhas contêm compostos bioativos, destacando-se antioxidantes e
compostos fenólicos. Apesar dos componentes da PP estarem associados ao seu potencial
consumo como alimento nutracêutico, compostos bioativos devem ter a capacidade de serem
liberados após a ingestão, se tornando bioacessíveis no trato gastrointestinal. Neste contexto,
o presente trabalho teve os objetivos de quantificar compostos fenólicos de diferentes classes
em cascas, sementes e óleo de PP obtido por prensagem a frio, adicionalmente, avaliar a
bioacessibilidade da fração contendo o maior conteúdo bioativo, utilizando um modelo de
digestão in vitro com simulação de barreira intestinal. Frutos de pimenta rosa, previamente
desidratados, foram fracionados em semente e casca, triturados e peneirados até a granulometria
de 32 Mesh para posterior análises. Para obtenção do óleo por prensagem a frio, frutos inteiros
foram prensados até 389 kgf/cm2
por 100 minutos, sendo o óleo coletado, centrifugado e
armazenado a -18 ºC. Foram realizadas análises de capacidade antioxidante por DPPH, ABTS
e FRAP, e se quantificaram compostos fenólicos de diversas famílias em HPLC-DAD. O teor
de óleo nos frutos foi de aproximadamente 14%. Em relação a fenólicos totais (mg GAE/g), a
casca obteve os maiores valores, seguida do óleo e da semente. As cascas também apresentaram
os maiores valores de capacidade antioxidante, variando de 121-228 mM de Trolox/kg (DPPH e
ABTS) e 427-632 mM Fe2+/kg (FRAP). Em relação aos compostos fenólicos individuas, as cascas
obtiveram os maiores valores, com destaque para ácido gálico (2819-3129 mg/kg), procianidina
B2 (720-760 mg/kg), catequina (528-594 mg/kg), Kampferol (166-184 mg/kg), e pela presença da
antocianina Petunidina 3-glicosídeo (55-59 mg/kg). As cascas foram submetidas ao estudo de
bioacessibilidade pelo método de digestão in vitro com simulação de permeação pela parede
intestinal, onde a hesperidina (23352%), naringenina (273%), rutina (120%) e catequina (84%)
foram os fenólicos mais bioacessíveis. O presente estudo evidencia que a obtenção do óleo da
pimenta rosa por prensagem a frio é uma alternativa limpa de processo, e que a casca é a
fração do fruto com maior potencial bioativo, devendo ser melhor explorada como alimento
funcional. São Cristóvão