A sala de aula era clara, arejada, ampla e comportava vinte e cinco crianças de 6 anos de idade. Elas moravam num bairro da periferia da cidade, onde estava localizada a escota. Eram, portanto, crianças filhas de famílias de baixa renda. A professora era jovem, entusiasmada, democrática, residia perto da escola, fazendo parte da mesma comunidade das crianças. Ela estava fortemente incorporada pelo trabalho pedagógico fundamentado em Freinet. A classe era dividida em "ateliers", que as crianças chamavam de "caninhos", distribuídos da seguinte maneira: o cantinho da Construção, cujos materiais eram blocos de madeira, caixas de papelão em diversos tamanhos e paus de vassoura coloridos, grandes, médios e pequenos; o das Artes continha tintas, pincéis, giz, giz de cera, lápis de cor, "a caixa de carimbos", papel jornal, roupas usadas de adulto, maquiagem, cola, tesoura e material de sucata; o cantinho da Escrita guardava o quadro-negro, lápis, cadernos de desenho grandes, folhas de papel de computador, papel pardo e papel sulfit; no da Biblioteca estavam os livros de estória e revistas diversas; o do Museu era identificado por objetos curiosos trazidos de casa pelas crianças, tais como pedras consideradas por elas diferentes e bonitas, vidros contendo areia colorida trabalhada artisticamente. [...] Palavras-chave: Carimbos; Pré-Escola; Biblioteca escolar.